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Petrobras ou PetroRio? As ações preferidas dos analistas no setor petrolífero

(Foto: Divulgação)

As opções de investimento no setor petrolífero na B3 dividem opiniões entre os analistas, que alternam desde a manutenção de Petrobras (PETR3, PETR4) como Top Pick até aqueles que enxergam risco crescente nos papéis da estatal, na esteira do debate sobre preços de combustíveis, o que direciona holofote para concorrentes privadas, como a PetroRio (PRIO3).

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Com a alta do dólar e do petróleo no mercado internacional, os preços do diesel e da gasolina vendidos em refinarias da Petrobras subiram, o que causou revolta em determinados setores da sociedade, especialmente entre os caminhoneiros, que organizaram uma greve que terminou frustrada pela baixa adesão. Apesar das manifestações que motivaram reunião entre o governo e a administração da companhia, o presidente da estatal petrolífera, Roberto Castello Branco, ressaltou que a Petrobras atua de forma independente, determinando os preços de acordo com o mercado, e chamou a atenção para os bons resultados da empresa nos últimos anos, que conseguiu reduzir seu endividamento em R$ 36 bilhões sob sua gestão, além de atingir recordes de produção e exportação de petróleo em 2020.

O fato é que o ruído sobre a Petrobras ocorre em um momento de maior interesse sobre as petrolíferas, a reboque da recuperação nas cotações do petróleo em meio à perspectiva de reabertura das economias conforme avança a vacinação contra Covid-19 nos países.

Neste cenário, a PetroRio é citada por analista como outra opção a quem deseja investir no setor do petróleo. A empresa vem expandindo suas atividades e realizando aquisições significativas, dentre as quais merecem destaque a fatia de 35,7% do campo de Wahoo, garantindo a entrada da companhia no pré-sal, e a compra da fatia restante de 30% do campo de Frade.

PetroRio

Em relatório publicado nesta sexta-feira (12), o BTG Pactual iniciou cobertura das ações da PetroRio, com recomendação de “compra” e estimando um preço-alvo em 12 meses de R$ 100. Os analistas do banco Pedro Soares e Thiago Duarte veem a PetroRio como uma tese de baixo risco exploratório, com track record de execução comprovado, em um setor que está em vias de “(re)nascer” com o fim do monopólio da indústria de refino.

“Com uma forte agenda regulatória amparando o segmento e um nível de endividamento confortável, [a PetroRio] continuará explorando oportunidades [de compras de ativos] com potencial sinérgico com seus ativos, que combinados com melhorias expressivas de custos operacionais nos últimos anos, devem proporcionar retornos atraentes”, diz a equipe do BTG. 

José Falcão, especialista em renda variável da Easynvest, também destaca a oportunidade com PetroRio, (e também) ressalvando que a empresa pode já estar precificada na B3 – após a aquisição do campo Wahoo em 11 de novembro, o preço das ações disparou mais de 120%. De fato, com essa operação a petrolífera ganha capacidade de dobrar de tamanho. “Com a recuperação no preço do petróleo, a empresa pode continuar a surpreender”, acrescenta Falcão, elencando possíveis novas fusões e aquisições, planos de expansão e investimentos em eficiências.

Petrobras

A equipe de análise da Ativa Investimentos acompanha as 2 empresas neste momento: recomenda “compra” para Petrobras – a preferida da casa no setor – e tem indicação “neutra” para PetroRio. Ilan Arbetman, analista de research da corretora, conta que vê as cotações atuais da PetroRio já incorporando “mais fidedignamente a relação risco x retorno” da empresa. Já no caso da estatal petrolífera, o programa de desinvestimentos ainda não está totalmente precificado, o que justifica o caso, apesar dos ruídos recentes. “Enxergamos interessante desconto em seus fundamentos e temos a maior petrolífera do país como nossa Top Pick do setor.”

Na análise de Regis Chinchila, da Terra Investimentos, a Petrobras também continua sendo a preferida do setor, com recomendação de “compra” e preço-alvo entre R$ 34,00 e R$ 38,00. “Acreditamos que mesmo diante destes ruídos recentes, a tese de investimentos para Petrobras segue mantida porque a empresa mantém sua independência na definição de preços. O risco de ingerência política continua no radar e prejudica a recuperação da petrolífera”, diz o analista. Chinchila classifica que a polêmica recente se deve a um problema de comunicação com o mercado, mas não verifica interferência política nos preços até o momento.

Na mesma linha, Álvaro Bandeira, sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais, observa que, até o momento, não há evidências maiores de mudança na política de preços da companhia, que segue firme no objetivo de redução de endividamento e com foco em sua atividade principal. Assim, Bandeira acredita que a Petrobras segue sendo a melhor alternativa.

Já a equipe da XP Investimentos rebaixou a recomendação para os papéis da estatal de “compra” para “neutro”, e reduziu as projeções de preço-alvo, justificando que “existem riscos cada vez mais elevados de que a política de preços de combustíveis da Petrobras não obedeça a referências internacionais de preços de combustíveis”.

Ingerência

A recente polêmica em torno da política de preços da Petrobras, que informou que mudou de trimestral para anual o período de aferição de aderência aos preços internacionais, trouxe de volta à tona a preocupação dos mercados quanto ao risco de interferência estatal na administração da empresa. Castello Branco, porém, garante que não há influência política nas decisões da empresa.

O temor dos investidores é que a companhia esteja cooperando com a estratégia do governo para amenizar as tensões com os caminhoneiros, restando o receio sobre se os preços da Petrobras seguirão o mercado ou se buscarão atender os interesses do governo, observa Matheus Jaconelli, economista da Nova Futura Investimentos.

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