A alta acima do esperado da prévia da inflação oficial de outubro traz mais um ingrediente para piorar o cenário macroeconômico, com a subida do dólar e revisões para cima na atualização do juro básico pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom).
Para o Goldman Sachs, o Copom deve acelerar o ritmo de elevação da Selic para “pelo menos” 1,50 ponto percentual na decisão de quarta-feira (27), levando-a para 7,75% ao ano, “levemente acima do nível neutro” – ou seja, aquele consistente com a inflação na meta e a economia em pleno emprego.
“Além disso, avaliamos uma probabilidade de 20% de uma alta maior da Selic de 1,75 ponto a 2 pontos”, diz, em relatório, o economista do banco Alberto Ramos, citando um esforço por parte da autoridade para ancorar as expectativas de inflação para uma taxa “não excessivamente alta de 8%”.
Na visão de Ramos, uma resposta firme da política monetária é necessária não somente pela deterioração das projeções de inflação para 2022, mas também pelo efeito prejudicial da volatilidade financeira com maiores prêmios de risco.
Correr atrás
Ao fim da semana passada, o governo confirmou uma mudança no regime fiscal, furando o teto de gastos em uma manobra para ampliar o programa Auxílio Brasil. Na ocasião, o ministro da Economia, Paulo Guedes, comentou sobre o trabalho do Banco Central, dizendo que o BC precisava “correr atrás” para combater a inflação.
Outros analistas e investidores também passaram a crer em uma aceleração no ritmo de aperto monetário no encontro do Copom desta semana. O time da XP espera 2 elevações de 1,5 ponto na reunião de quarta-feira e na de dezembro, seguidas por mais 2 altas de 1 ponto e 0,75 ponto em fevereiro e março de 2022, levando a taxa básica de juros brasileira para 11% ao fim do ciclo.
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