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Taxas do Tesouro Direto sobem com Fomc e artigo de Mantega no radar

O ex-ministro Guido Mantega publicou um artigo criticando medidas de responsabilidade fiscal adotadas a partir do governo Temer (Foto: Shutterbug75/Pixabay)

As taxas de retorno dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto subiam nesta quarta-feira (5), com investidores à espera da ata da última reunião de política monetária do Federal Open Market Comitee (Fomc, comitê de política monetária dos EUA) e de olho no noticiário político brasileiro.

No exterior, o futuro da política monetária norte-americana segue no centro dos holofotes, e os mercados esperam por informações sobre a possibilidade de antecipação do início da alta dos juros nos Estados Unidos na ata do Fomc, que deve ser divulgada às 16h00 (horário de Brasília). Apesar da expectativa por sinais de antecipação do aperto monetário, os juros dos Treasuries se ajustavam em baixa, e o dólar recuava levemente ante o real.

No cenário doméstico, entretanto, a preocupação com a situação fiscal do País inspira cautela, e abre caminho para a alta das taxas de juros. Os protestos de servidores públicos reivindicando reajustes salariais seguem no radar, e um artigo do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, publicado na noite de terça-feira (4) na Folha de S.Paulo desagradou os investidores.

Mantega, que atua como conselheiro econômico do ex-presidente Lula desde as eleições de 1989, tendo chegado ao posto de ministro da Fazenda em 2006, após a conturbada saída de Antonio Palocci, endureceu o tom no artigo, criticando medidas de responsabilidade fiscal adotadas a partir do governo Michel Temer, como o teto de gastos.

Com Lula na liderança das pesquisas de intenção de voto, sinalizações de descomprometimento com uma política fiscal responsável e com o controle da inflação em caso de vitória petista trazem pânico ao mercado, fazendo com que o artigo de Mantega seja interpretado como um sinal de largada para o embate econômico a ser travado pelos gurus dos principais pré-candidatos à presidência nas eleições deste ano.

Cotações

A remuneração do título público Tesouro Prefixado 2024 subia a 11,42% ao ano, de 11,30% na terça-feira (4). O Tesouro Prefixado 2026 oferecia rentabilidade anual de 11,18%, ante 11,04% no fechamento anterior.

Dentre os títulos indexados à inflação, o Tesouro IPCA+ 2026 oferecia taxa de retorno anual de IPCA mais 5,19%, ante taxa de IPCA mais 5,15% observada na véspera. A rentabilidade do Tesouro IPCA+ 2045 subia a IPCA mais 5,31%, de IPCA mais 5,29% no último fechamento.

Títulos públicos

O Tesouro IPCA (antiga NTN-B) proporciona ao investidor uma rentabilidade em termos reais. É um título que paga uma taxa fixa acrescida da variação do IPCA (inflação).

O Tesouro Prefixado (antiga LTN) é um título prefixado, e por isso o investidor tem a exata noção de qual será o retorno obtido desde o dia que efetuar a compra até a data do vencimento do título.

Já o Tesouro Selic (antiga LFT) é um título que proporciona ao investidor uma rentabilidade pós-fixada atrelada à variação da taxa Selic.

Títulos públicos são ativos de renda fixa que possuem a finalidade de captar recursos para o financiamento da dívida pública e financiar atividades do Governo.

Vale destacar que a taxa de retorno e o preço dos títulos públicos têm comportamento inversamente proporcional, ou seja, quando um sobe o outro cai.

Veja as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra nesta quarta-feira:

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