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Ibovespa depende de ajuste fiscal para buscar máximas em 2022

A economia brasileira deve piorar caso não ocorra um rigoroso ajuste fiscal após as eleições (Foto: Ahmad Ardity/Pixabay)

De olho no cenário político incerto para 2022 e no ritmo letárgico do ajuste fiscal, a renovação do recorde histórico atingido pelo Ibovespa em junho deste ano parece cada vez mais distante. Atenta a esses riscos, a equipe do Bradesco BBI reduziu sua projeção para o principal índice de ações da Bolsa brasileira no próximo ano, e substituiu os papéis da rede varejista Assaí (ASAI3) pelos da seguradora SulAmérica (SULA11) em sua carteira de recomendações.

Para os analistas André Carvalho e Fernando Cardoso, do Brasdesco BBI, o desempenho negativo da Bolsa em 2021 se deve à perspectiva de deterioração do cenário macro no País, fazendo com que discussões sobre o novo mix de políticas econômicas, o risco de recessão e a necessidade de ajuste fiscal deem o tom das projeções para o mercado brasileiro de ações no próximo ano. Tendo isso em mente, o Bradesco BBI reduziu sua projeção para o Ibovespa ao final de 2022, de 150 mil para 130 mil pontos.

Juros e PIB

Para os analistas, o mix de políticas econômicas está mudando, uma vez que a situação fiscal fica cada vez mais delicada com a agenda de reformas travada no Congresso. Por outro lado, a âncora monetária se fortalece, em meio ao aperto monetário conduzido pelo Banco Central (BC) na tentativa de frear a inflação. Essa conjuntura traz mais incerteza para o mercado de capitais brasileiro, e levanta a discussão acerca do risco de recessão econômica em 2022.

Entretanto, o time do Bradesco BBI avalia que o crescimento das exportações e o aumento do consumo interno devem sustentar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no ano que vem, apesar da tendência contracionista trazida pela alta dos juros. Com a vacinação contra a Covid-19 em estágio avançado, o setor de serviços e o consumo não essencial devem voltar a ganhar força.

Risco fiscal

Sendo assim, o grande desafio a ser enfrentado pela economia brasileira e, consequentemente, pela Bolsa, é a promoção de um ajuste fiscal rigoroso após as eleições presidenciais. Os analistas ressaltam que o Brasil precisa apresentar uma melhora do seu resultado primário entre 1,5 e 2 pontos percentuais do PIB para estabilizar a relação dívida/PIB ao longo do tempo.

O time do Bradesco BBI avalia que existe uma chance de 50% de promoção de ajuste fiscal após as eleições, contra 50% de chance de descontrole das contas públicas. Portanto, uma sinalização de comprometimento com essa agenda da parte dos candidatos que lideram as pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual presidente Jair Bolsonaro, ou a ascensão de um terceiro candidato que já tenha adotado um posicionamento favorável ao ajuste fiscal, como é o caso do ex-juiz Sérgio Moro, podem contribuir para uma melhora de humor do mercado ao longo de 2022.

Por ora, a incerteza predomina, e deve trazer bastante volatilidade para a Bolsa no próximo ano.

Confira a seguir como fica a carteira recomendada do Bradesco BBI:

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