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Mercado subestima reabertura, diz JPMorgan, que aposta em ações brasileiras

Para estrategistas, ao menos por ora, o risco Covid-19 é muito menor (Foto: Divulgação)

O ruído da política fiscal brasileira tende a diminuir até o fim do ano, a economia global está melhorando, com a pressão nas cadeias de suprimento atingindo um pico, e o mercado está subestimando a reabertura com a Covid-19 sendo um risco muito menor, avalia a equipe de análise do JPMorgan, em relatório a favor do apetite ao risco na B3.

“Nós mantemos nosso call otimista sobre as ações brasileiras, que se baseia numa postura pró-risco em termos de alocação global de ativos e na visão de que muita coisa já está precificada (incluindo uma macro muito mais fraca e uma eleição feia). Achamos que estamos vendo o capítulo bem inicial de uma potencial valorização do mercado”, escrevem as estrategistas do banco focadas em Brasil e América Latina, Emy Shayo Cherman e Cinthya Mizuguchi.

Em termos de setores, as especialistas destacam bancos, commodities e histórias estruturais de crescimento. Simultaneamente, evitam exposição em empresas de segmentos cíclicos domésticos, ou seja, muito atrelados à atividade econômica, como varejistas, que provavelmente sentirão o impacto de taxas de juros elevadas e crescimento mais lento.

Bolsa barata

A dupla do JPMorgan aponta que o múltiplo de preço sobre lucros (P/E) do Ibovespa para os próximos 12 meses se situa em 7,4 vezes, o que está abaixo da média história de 11 vezes. Mesmo excluindo commodities e energia (tidas como ações baratas e com grande peso no índice), o “Brasil continua barato”, com o Ibovespa negociando em 11,8 vezes, também inferior à média de 12,2 vezes.

Importante salientar que há a expectativa de revisões de lucros por parte das empresas em meio à temporada de resultados do terceiro trimestre, que caminha para o fim. Até o momento, segundo o banco americano, 66% das empresas reportaram seus balanços, sendo que 52% superaram as projeções, enquanto 32% frustraram os analistas.

Além disso, em dólar, os ativos brasileiros se encontram baratos levando em conta o câmbio, que deve fechar 2021 em R$ 5,40 e ficar em R$ 5,50 ao fim de 2022. Assim, os investidores estrangeiros já injetaram a cifra líquida de R$ 57 bilhões na B3 desde o início do ano até agora. Só em novembro já são R$ 2,4 bilhões após R$ 12,3 bilhões em outubro.

Eleições

O time do JPMorgan entende que o cenário de polarização de Bolsonaro versus Lula na eleição presidencial de 2022 já está incorporado nos preços das ações. Isso quer dizer que o surgimento de uma terceira via está completamente descontado, na visão das estrategistas. Elas citam as primárias do PSDB previstas para 21 de novembro como um evento para ficar de olho.

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