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Lucro do Santander cresce 12,5% no 3º trimestre e vai a R$ 4,3 bi

No terceiro trimestre, a carteira de crédito do Santander cresceu 13,1% (Foto: Divulgação)

Veio cheio de recordes o penúltimo balanço da gestão do executivo Sérgio Rial no Santander Brasil. No terceiro trimestre, o banco elevou o lucro líquido em 12,5%, para R$ 4,3 bilhões, e teve a melhor rentabilidade de sua história: 22,4%. Dentro do programa de sucessão do banco, Rial deixa o cargo no início de 2022 e será substituído por Mario Opice Leão.

A volta do consumidor às ruas com o avanço da vacinação ajudou, assim como a forte atividade do mercado de capitais entre julho e setembro. Agora, porém, o mercado teme que a desaceleração da economia desligue os principais motores do crescimento do banco no País.

No terceiro trimestre, a carteira de crédito do Santander cresceu 13,1%, impulsionada por empréstimos a pessoas físicas, que subiram 21,3%, e a pequenos e médios negócios, com alta de 17,3%. Estes públicos costumam ser mais rentáveis para os bancos. Por outro lado, embutem maior risco.

A origem dos resultados agradou a analistas, mas também levantou questionamentos sobre a capacidade do banco de manter o ritmo caso a forte desaceleração da economia prevista para 2022 se concretize.

O diretor financeiro do Santander, Angel Santodomingo, buscou afastar temores. “Não ficaria surpreso se a alta do crédito superar este patamar (de 7%) no ano que vem”, afirmou. Ele usou, contudo, a estimativa de que o PIB brasileiro cresça de 1% a 2% no próximo ano – bem mais do que outros bancos têm previsto.

Sérgio Rial disse que o crédito para pessoas físicas, um dos pilares do resultado, deve desacelerar em 2022. Ele acredita que o avanço em 2021 é fruto de uma demanda represada durante a pandemia. Para Rial, as variáveis “estão dadas” para que a inadimplência cresça em 2022. “A combinação entre inflação e juros mais altos vai gerar uma gestão mais ativa de inadimplência”, disse.

A inadimplência do Santander, medida pelos atrasos acima de 90 dias, subiu de 2,2%, no segundo trimestre, para 2,4% no terceiro, patamar ainda abaixo do visto antes da pandemia. O mercado esperava alta até maior. Por isso, o dado do banco espanhol não foi considerado alarmante.

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Ainda assim, a trajetória do crédito é um ponto de alerta. “Com um cenário normalizado e taxas de juros mais altas, a administração também espera uma deterioração natural da qualidade dos ativos”, escreveram Jörg Friedemann e Gabriel Nóbrega, analistas do Citi, em relatório.

No trimestre, as despesas do Santander com provisões contra calotes subiram 27,8% ante o ano passado, para R$ 4,8 bilhões. O banco, que durante a pandemia reforçou menos as reservas do que seus rivais, atribuiu a elevação à maior concessão de empréstimos.

CLIENTELA DIGITAL TEM ALTA DE 20%

No momento em que o Nubank leva à Bolsa de Nova York (Nyse) uma narrativa de desconcentração bancária no Brasil por meio de um banco 100% digital, o Santander divulgou, em seu balanço para o terceiro trimestre, ter atingido 18,2 milhões de clientes digitais, alta de 20% em um ano.

É menos da metade do número de clientes que o Nubank, maior banco digital do País, mas o Santander afirma que tem conseguido crescer entre os chamados “desbancarizados”. O Santander afirmou que 24% dos clientes que conquistou por canais digitais entre julho e agosto não tinham relacionamento bancário anterior.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Altamiro Silva Junior e Matheus Piovesana

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