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Taxas do Tesouro Direto disparam com perspectiva de rompimento do teto de gastos

Cresce a cautela dos investidores com a situação fiscal brasileira (Foto: Shutterstock)

As taxas de retorno dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto disparavam nesta quinta-feira (21), diante da perspectiva de rompimento do teto de gastos e do clima de cautela com a incorporadora chinesa Evergrande no exterior.

Cresce o clima de aversão ao risco no Brasil diante da percepção de que o governo poderá furar o teto de gastos para viabilizar a implementação do programa social Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, com valor médio do benefício de R$ 400 ou mais até 2022. Esse valor deve implicar em gastos de ao menos R$ 30 bilhões de fora do teto de gastos, uma vez que não há nenhuma contrapartida ao aumento do valor do benefício até o momento.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, de quem se esperava alguma resistência à proposta, disse ontem que “o formato do auxílio está a cargo da política, que está decidindo até onde estica”, sinalizando que a equipe econômica não conseguirá controlar as vontades da ala política do governo. Diante da disparada das taxas de juros, precificando o rompimento do teto, o Tesouro Nacional divulgou antecipadamente o leilão de títulos públicos dos tipos Tesouro Prefixado, Tesouro Prefixado com pagamento de juros semestrais e Tesouro Selic, mas sem êxito.

Além disso, no cenário internacional, predomina a cautela com a crise da Evergrande, que não conseguiu concretizar a venda de parte de uma de suas subsidiárias, aumentando o risco de calote da dívida da companhia. Esse pano de fundo abria caminho para a alta do dólar e dos juros dos Treasuries, pressionando ainda mais as taxas do Tesouro Direto.

Cotações

A remuneração do título público Tesouro Prefixado 2024 subia a 11,36% ao ano, de 10,84% na quarta-feira (20). O Tesouro Prefixado 2026 oferecia juros anuais de 11,62%, ante 11,11% no fechamento anterior.

Dentre os títulos indexados à inflação, o Tesouro IPCA+ 2026 oferecia taxa de retorno anual de IPCA mais 5,29%, ante taxa de IPCA mais 5,02% observada na véspera. A rentabilidade do Tesouro IPCA+ 2045 subia a IPCA mais 5,47%, de IPCA mais 5,15% no último fechamento.

Títulos públicos

O Tesouro IPCA (antiga NTN-B) proporciona ao investidor uma rentabilidade em termos reais. É um título que paga uma taxa fixa acrescida da variação do IPCA (inflação).

O Tesouro Prefixado (antiga LTN) é um título prefixado, e por isso o investidor tem a exata noção de qual será o retorno obtido desde o dia que efetuar a compra até a data do vencimento do título.

Já o Tesouro Selic (antiga LFT) é um título que proporciona ao investidor uma rentabilidade pós-fixada atrelada à variação da taxa Selic.

Títulos públicos são ativos de renda fixa que possuem a finalidade de captar recursos para o financiamento da dívida pública e financiar atividades do Governo.

Vale destacar que a taxa de retorno e o preço dos títulos públicos têm comportamento inversamente proporcional, ou seja, quando um sobe o outro cai.

Veja as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra nesta quinta-feira:

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