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Setembro será um mês decisivo para o câmbio, diz BTG Pactual digital

O mês traz reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos (Foto: Shutterstock)

Com o aumento dos prêmios de risco no mercado doméstico em meio à crise política e ao impasse envolvendo os precatórios, cresce a incerteza acerca do câmbio no fim deste ano. Mesmo com o avanço da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, a moeda norte-americana não dá sinais de baixa ante o real, refletindo a preocupação do mercado com a situação política e fiscal do País.

Na visão dos analistas Álvaro Frasson, Arthur Mota, Leonardo Paiva e Luiza Paparounis, do banco BTG Pactual digital, setembro deverá ser um mês decisivo para os rumos do câmbio, devido a fatores tanto domésticos quanto internacionais. As decisões sobre a política monetária dos Estados Unidos e do Brasil devem trazer mais clareza aos investidores, ao mesmo tempo em que soluções para os impasses da política brasileira podem ser apresentadas.

Exterior

A reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), marcada para o dia 22 de setembro, é o evento internacional mais relevante para o câmbio neste mês. Na visão da equipe do BTG Pactual digital, a reunião “dará mais informações sobre a visão da instituição sobre o ritmo de retomada da economia dos EUA e, por consequência, sobre o início da redução gradual dos estímulos monetários”.

A expectativa é que os estímulos sejam mantidos no momento, uma vez que o Fed tem como prioridade a retomada do emprego nos Estados Unidos, mas o nível de desemprego segue alto em comparação com os dados auferidos antes da pandemia. Além disso, o Relatório de Emprego referente ao mês de agosto frustrou projeções do mercado, revelando que os EUA geraram 235 mil postos de trabalho no mês, ante expectativa de 750 mil novos empregos.

Os preços das commodities no mercado internacional também merecem destaque, uma vez que o mercado brasileiro tem sido beneficiado nos últimos meses pelo patamar elevado dos preços desses produtos, fazendo com que o País registrasse superávits na balança comercial. “O cenário positivo para o setor externo nos faz acreditar que, caso a volatilidade do câmbio diminua, a apreciação do real pode ocorrer via internalização da receita dos exportadores”, dizem os analistas do BTG Pactual digital.

Brasil

No Brasil, temos a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nos dias 21 e 22 deste mês, e a expectativa de investidores e analistas é que o Copom adote uma postura mais “hawkish”, ou seja, sinalizando uma elevação mais acelerada da taxa Selic, uma vez que a inflação segue em alta, agravada pela crise hídrica. Com uma taxa básica de juros mais alta, o fluxo de dólares para o Brasil tende a aumentar.

Outro fator que merece atenção é a discussão sobre as dívidas da União com precatórios, que vem colocando em risco o cumprimento do teto de gastos. O Supremo Tribunal Federal (STF) vinha discutindo a questão junto à equipe econômica do governo, buscando uma solução em conformidade com a lei para o impasse. A postura do presidente Jair Bolsonaro com relação ao STF, entretanto, teria travado as negociações, de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, colocando em risco também a proposta de aumento dos valores e do número de beneficiários do Bolsa Família, rebatizado com o nome de Auxílio Brasil.

As reformas tributária e administrativa, que vêm sendo discutidas no Congresso, também seguem no radar, com o mercado atento não somente às chances de aprovação, mas também à qualidade das propostas.

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