A Vitru, controladora da Uniasselvi listada na Nasdaq, anunciou na segunda-feira (23) que assinou um acordo definitivo para uma combinação de negócios de 100% do capital social da Unicesumar (Centro de Ensino Superior de Maringá Ltda). Segundo a companhia, a faculdade tem valor de mercado de R$ 3,228 bilhões, ou um valor patrimonial de R$ 3,150 bilhões, incluindo a assunção de R$ 78 milhões de dívida líquida a ser ajustada na data de fechamento.
Na data de fechamento, 62,9% do valor patrimonial será pago em dinheiro e 19,4% será pago com a emissão de novas ações da Vitru. Com isso, os atuais acionistas da Unicesumar passarão a deter 23,6% do capital do grupo educacional. Os 17,7% restantes do valor patrimonial serão pagos à vista 12 meses após o fechamento, ajustados pelo IPCA
Segundo o fato relevante, a Unicesumar é uma instituição de ensino superior líder e em rápido crescimento no Brasil com foco no mercado de educação a distância, fundada há 30 anos em Maringá (PR) e liderada pela família Matos. Ao final de março, contava com 760 hubs e 331 mil alunos, incluindo 314 mil em educação digital.
De acordo com o último censo do ensino superior do Inep divulgado em setembro de 2020 pelo Ministério da Educação (MEC), a Uniasselvi e Unicesumar foram, respectivamente, as instituições nº 1 e 2 de crescimento mais rápido no mercado brasileiro de educação digital privada.
“A Unicesumar também tem uma presença considerável em cursos presenciais relacionados à saúde, principalmente Medicina, com mais de 1.600 alunos em 348 vagas médicas atuais que ainda estão em fase de expansão (com potencial para 50 vagas adicionais em um futuro próximo)”, aponta a empresa.
Ainda segundo a Vitru, a Unicesumar possui um dos mais elevados padrões de qualidade no segmento de educação digital brasileiro, com pontuação de Qualidade Institucional (IC) de 5 (nota máxima) pelo MEC e avaliação média de Desenvolvimento do Aluno (IDD) de 3,75 no Ensino a Distância nos últimos ciclos de avaliação.
A receita líquida atual da Unicesumar em 12 meses (últimos 12 meses de março de 2021) é de R$ 762 milhões, enquanto o Ebitda Ajustado totalizou R$ 260 milhões, equivalente a uma margem Ebitda Ajustada de 34%.
A Vitru garantiu uma linha de crédito firme dos principais bancos brasileiros no valor total de R$ 1,95 bilhão por cinco anos para realizar a transação. “Acreditamos que o forte perfil de fluxo de caixa de ambas as empresas permitirá uma desalavancagem suave ao longo do tempo”, afirma a Vitru.
O acordo também prevê pagamentos adicionais como: um potencial pagamento de R$ 1 milhão por vaga em conexão com 50 vagas médicas adicionais sujeitas à aprovação do MEC, dentro de 36 meses a partir do fechamento; R$ 180 milhões com relação a obrigações de não concorrência firmadas entre a Vitru e executivos da Família Matos; e um earn-out de até R$ 50 milhões relacionado a metas em até dois anos após o fechamento do negócio.
Como parte dos acordos de governança, Wilson Matos, reitor e presidente da Unicesumar, se tornará o chanceler e vice-presidente do Conselho da Vitru, e Weslley Silva, atualmente diretor de Relações Institucionais da Unicesumar, se tornará um membro do Conselho. Além disso, Willian Mattos, chefe de Educação a Distância da Unicesumar, será nomeado co-CEO da Vitru e vai liderar a empresa juntamente com o atual CEO da Vitru, Pedro Graça.
A transação precisa ser aprovada por autoridades antitruste.
“Desde nosso IPO, buscamos seletivamente dezenas de oportunidades de M&A, observando o racional estratégico e o potencial de criação de valor de cada uma delas. Desde o início, ficou claro para nós que não queríamos crescer por crescer, mas sim por empresas que compartilhassem nossos valores e crenças no poder da educação de alta qualidade na vida de nossos alunos. Acreditamos ter encontrado esse parceiro ideal na Unicesumar”, afirma Graça.
Ele diz, no comunicado, que o acordo é um negócio transformador, consolidando a Vitru como o melhor player de educação digital com crescimento mais rápido no Brasil. “Também nos permite entrar no ensino de Medicina, um segmento resiliente e altamente lucrativo”, aponta.
Por Luísa Laval
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