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Recuperação externa alivia Ibovespa; político e cepa da Covid-19 ficam no foco

Ontem, o Ibovespa retomou os 125 mil pontos, ao fechar aos 125.401,36, em alta de 0,81% (Foto: B3/Divulgação)

A continuidade da recuperação dos mercados internacionais nesta quarta-feira, (21), impulsiona o investidor local a ir novamente às compras. Ontem, o Ibovespa retomou os 125 mil pontos, ao fechar aos 125.401,36, em alta de 0,81%, depois do susto na segunda-feira, (19), (quando caiu 1,24%, aos 124.394,57 pontos), em meio a temores de que a disseminação da variante delta do coronavírus atrapalhe a recuperação econômica global.

No entanto, esse temor tende a diminuir, dado que estudos mostram que as vacinas têm apresentado eficácia no controle da cepa, além de o número de óbitos verificados até o momento ser inferior ao da pandemia de covid-19, principalmente em locais onde a taxa de vacinação não é baixa.

De todo modo, a preocupação com a crise sanitária deve continuar, especialmente no Brasil, onde o processo de imunização ainda não atingiu grande parte da população e a cepa segue avançando. Além disso, o risco político fica no radar, assim como o recuo do minério de ferro na China, de 2,83%, a US$ 214,79 a tonelada. A despeito da queda, as ações de empresas ligadas ao segmento, que chegaram a cair, subiam perto de 10h40.

Na política, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que haverá uma “pequena” mudança ministerial na segunda-feira (26). Em entrevista nesta manhã à rádio Jovem Pan Itapetininga, o chefe do Executivo afirmou que os novos ministros foram escolhidos “com critério técnico”, sem dar mais detalhes.

Na Bolsa, como lembra o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira, o Ibovespa interrompeu ontem uma série de três pregões em queda, quando perdeu quase 5%, tendência que deve ser repetida hoje, em dia de agenda “fraca” aqui e no exterior. Ele chama atenção, contudo, em análise matinal, para as questões políticas, como pedidos de impeachment do presidente da República que tendem a embutir pressões nos negócios.

Mais novo alvo de ataques de Bolsonaro, o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), disse que a Casa precisa demarcar uma linha clara sobre a qual Bolsonaro não pode avançar. “Se não fizermos isso, Bolsonaro vai avançar e marchar sobre a democracia”, disse, em entrevista exclusiva ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O temor no mercado é de que as questões políticas sobreponham à agenda de reformas. Para Loiola Reis, da Prosperidade, essas turbulências podem diminuir o nível de confiança do investidor estrangeiro no mercado brasileiro. “Porém, o Brasil não deixa de ser um dos favoritos, pois lá fora, nos EUA, as bolsas estão bem mais esticadas”, avalia.

Apesar da alta, prossegue a continuidade da preocupação com a variante delta da covid-19, que embute incertezas à reabertura da economia econômica, observa Jennie Li, estrategista de ações da XP. No entanto, pondera que o risco é maior em lugares onde a taxa de vacinação é baixa. “Hoje o foco deve voltar para os balanços nos EUA”, diz. Saíram resultados da Apple, Netflix, Johnson & Johnson, Verizon e Coca-Cola.

No Brasil, a Neoenergia iniciou a temporada de balanços do segundo trimestre. O lucro líquido da companhia ficou em R$ 1 bilhão, alta de 137% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto o Ebitda avançou 108%, chegando a R$ 2,3 bilhões. Às 10h44, o Ibovespa subia 0,28%, aos 125.757,55 pontos.

Por Maria Regina Silva

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