As ações de setores conhecidos como bons pagadores de dividendos e que mais utilizam o benefício tributário do Juros sobre Capital Próprio (JCP), como bancos, mineradoras e empresas de óleo e gás, deverão ser as mais prejudicadas caso a proposta da segunda fase da reforma tributária do governo federal seja aprovada sem grandes alterações, conforme análise do BB Investimentos.
Ainda assim, Henrique Tomaz, do time de research do BB Investimentos, diz em relatório entender que é cedo para realizar ajustes nas estimativas de preços das empresas, e mantém o alvo para o Ibovespa ao final do ano em 140 mil pontos.
A tese se apoia ainda no fato de que, apesar das propostas de tributação dos dividendos em 15% e do fim do JCP terem abalado os mercados, existem setores que sofreriam impacto menor por já distribuírem uma parcela pequena de seus lucros na forma de dividendos e não usufruírem tanto do pagamento de JCP. Dentre essas, destacam-se as empresas dos setores de educação, alimentos, transporte e logística, shoppings e varejo, que podem até mesmo se beneficiar da captura de parte da renda marginal que será disponibilizada com a nova tabela proposta do imposto de renda para pessoa física (IRPF), que amplia a faixa de isenção.
Sobre a metodologia utilizada na análise, Tomaz afirma que foram avaliadas “a pressão que as mudanças na tabela do IRPF, a extinção do JCP e a criação de imposto sobre os dividendos acarretariam, respectivamente, nas vendas, no lucro líquido e na atratividade das ações das companhias dos respectivos setores”.
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