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Agenda de indicadores do dia surpreende positivamente e taxas de juros recuam

Nesta terça-feira, os juros futuros fecharam em queda (Foto: Shutterstock)

Os juros fecharam a sessão em queda, refletindo um conjunto de notícias positivas para os quadros de inflação e das contas públicas. O dia começou com o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de junho abaixo da mediana das expectativas, passando pelos dados fiscais melhores do que o consenso, enquanto o valor definido para a bandeira vermelha 2 pela Aneel ficou aquém dos dois dígitos e, com isso, não confirmou os piores cenários do mercado. A terça-feira teve ainda emissão externa pelo Tesouro com demanda muito acima da oferta e leilão de NTN-B, fechando o primeiro semestre. As taxas curtas caíram mais do que as longas, o que levou a curva a perder inclinação, num contexto em que as apostas de aperto de 0,75 ponto porcentual da Selic nas próximas reuniões vêm ganhando força em detrimento da expectativa de aumento maior, de 1 ponto.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 5,605%, de 5,647% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2023 fechou em 6,965%, de 7,018%. O DI para janeiro de 2025 teve taxa de 7,95%, de 7,984%, e a do DI para janeiro de 2027 caiu de 8,443% para 8,40%.

O economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano, explica que a curva vem sofrendo uma correção das altas da semana passada trazidas pelas mensagem “hawkish” do Comitê de Política Monetária (Copom) e as informações dos últimos dias “vêm colocando a aposta de 0,75 ponto de volta ao jogo”. “O mercado vinha pondo muitas fichas no aumento de 1 ponto e mesmo assim a curva vinha inclinando porque a dinâmica estava ruim. Ontem a Focus trouxe alívio com a manutenção da mediana de IPCA 2022 em 3,78% e hoje o IGP-M abaixo das projeções também ajuda”, disse, lembrando que o resultado anunciado nesta terça se deu após uma sequência de IGPs muito elevados.

O IGP-M de junho subiu 0,60%, ante 4,1% em maio e ficou abaixo do piso das estimativas (0,78%). O resultado já deu alívio para os curtos na abertura, mas o mercado ainda aguardava a definição sobre a bandeira vermelha 2. No fim da manhã, a Aneel anunciou reajuste de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 quilowatt-hora consumidos, válidos a partir de julho, mas contrariando a área técnica, que defendia algo entre R$ 11,50 e R$ 12,00. “Diante do risco de ser R$ 12, o desfecho só não foi melhor porque o número será colocado em consulta pública, o que acaba gerando uma incógnita”, diz Serrano.

No fim da tarde, a agência informou ter convocado uma reunião para discutir um valor extraordinário de agosto a dezembro.

Os números fiscais do dia e a captação de bonds do Tesouro deram uma sinalização positiva aos aplicadores da ponta longa da curva. A arrecadação de R$ 142,106 bilhões em maio, o maior valor para o mês da série histórica da Receita Federal, que teve início em 1995, superou o teto das previsões, de R$ 136,1 bilhões. O déficit do Governo Central, de R$ 20,947 bilhões, em maio foi menor do que apontava a mediana, de saldo negativo de R$ 24,2 bilhões. Por fim, segundo apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o Tesouro conseguiu captar US$ 2,250 bilhões em bonds de 10 e 30 anos, com demanda tendo alcançado US$ 7,5 bilhões.

Por Denise Abarca

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