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Taxas de juros caem com dólar, Treasuries e melhora na percepção de risco local

Juros futuros fecham em baixa nesta segunda-feira (Foto: Steve Buissinne/Pixabay)

Os juros futuros fecharam em baixa, que no início da sessão se restringia aos vencimentos de médio e curto prazos, mas à tarde se estendeu à ponta longa. Num dia em que o câmbio ajudou a curva desde cedo, alguns fatores tidos como de pressão na primeira etapa foram se dissipando, entre eles o mau humor com a reforma tributária e a expectativa por desdobramentos da CPI da Covid, tema que no início dos negócios ajudava a impor cautela. Além disso, à tarde os yields dos Treasuries ampliaram a queda, com a taxa da T-Note de dez anos voltando a rodar abaixo de 1,50%.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 5,635%, de 5,707% na sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 7,188% para 7,010%. O DI para janeiro de 2025 encerrou a sessão regular em 7,98%, de 8,165% no último ajuste, e a do DI para janeiro de 2027 terminou em 8,44%, de 8,56%.

O Boletim Focus trouxe nesta segunda-feira nova piora na mediana do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 (5,90% para 5,97%) e manutenção dos 3,78% para 2022 e de 3,25% para 2023, anos que são agora o horizonte da política monetária do Banco Central. “Mas a projeção de quem respondeu para o IPCA de 2022 nos últimos 5 dias baixou pra 3,71%”, observou um gestor. A meta central de inflação para o ano que vem é de 3,5% e para 2023, de 3,25%. Não houve mudança nas estimativas para a Selic em 2021 e 2023, que permaneceram em 6,50%.

Na JF Trust, o economista-chefe Eduardo Velho vê a estabilidade da mediana do IPCA de 2022 em 3,78% pela segunda semana consecutiva como um argumento para reforçar a chance de alta gradual de 0,75 ponto da Selic no Copom de agosto, no contexto “do impacto da queda do dólar e da desaceleração mais intensa dos IGPs (menos moderada no IPCA) e uma tranquilidade relativa do comunicado do Bacen no seu Relatório Trimestral”. Para ele, o BC pode atingir um juro neutro, na faixa de 6,5% a 6,75%, sem precisar acelerar o ritmo de alta da Selic.

À tarde, o dólar caiu ainda mais, chegando à mínima de R$ 4,9183, assim como os juros dos Treasuries acentuaram a queda, com a taxa da T-Note de dez anos batendo 1,47%, abrindo espaço para alívio das taxas longas. Estas começaram o dia pressionadas pelo contexto interno negativo relacionado à CPI da Covid e preocupação com os pontos da reforma tributária que envolvem aumento da tributação para empresas e investidores. Ao longo do dia, as posições defensivas foram desarmadas na medida em que não houve novidades vindas da CPI. Só no fim da tarde, o vice-presidente da Comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e mais dois senadores protocolaram no Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro, o que, contudo, não gerou reações no mercado.

Sobre a reforma tributária, houve melhora nas expectativas de ajuste em questões polêmicas do texto, após o presidente da Câmara, Arhtur Lira (PP-AL), afirmar, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que o projeto de reforma no imposto de renda é apenas o “ponto de partida” das discussões, que será alterado pelos parlamentares e que o Congresso não tem a intenção de aprovar nada que signifique aumento da carga tributária. Uma das possibilidades aventadas é alteração na alíquota de dividendos para 15%, ante proposta original de 20%.

Por Denise Abarca

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