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Social commerce turbina vendas digitais e reduz CAC de startups e varejistas

Social commerce é o futuro do e-commerce? (Foto: mohamed Hassan/Pixabay)

A interação em rede social para atrair clientes, dentro do chamado social commerce, tem sido cada vez mais um pilar central da estratégia de plataformas e varejistas digitais, inclusive listadas na B3, com redução do custo de aquisição de clientes (CAC) e aumento do engajamento para o e-commerce.

Empresas como o Banco Inter (BIDI11), Méliuz (CASH3)Locaweb (LWSA3) e Westwing (WEST3), cujas ações têm atraído a atenção de investidores na Bolsa brasileira, conseguem agregar valor com essa estratégia digital para turbinar o tráfego e fortalecer a marca.

O social commerce se dá na realização de venda nas redes sociais ou na imitação de uma rede em plataforma, por meio da interação entre clientes por comentários e avaliações. Trata-se de uma ferramenta relevante para o setor de e-commerce, que cresceu 41% no Brasil em 2020, segundo a consultoria Ebit-Nielsen, a partir do “fique em casa” em razão da pandemia, e deve passar por um ajuste neste ano – até pela forte base comparativa. De qualquer forma, a jornada acabou se transformando.

Em entrevista ao Mercado News, Andres Mutschler, CEO da Westwing (WEST3), empresa de casa e decoração que utiliza o social commerce, contou que sua plataforma, por ser mais próxima de uma rede social do que uma loja de e-commerce tradicional, possui um engajamento muito alto, diminuindo a necessidade de investimento em marketing para atrair as pessoas.

Na visão do analista Luis Sales, estrategista-chefe da Guide Investimentos, o método é difícil de se implementar, mas, de fato, pode gerar efeito de escala, de boca a boca nas redes sociais: “Magazine Luiza (MGLU3) faz isso bem, Natura (NTCO3) através das revendedoras. É um modelo provado, mas nem todo mundo consegue aplicar.”

Banco Inter

A escuta social (social listening) representa um dos destaques da estratégia do Banco Inter (BIDI11), que abriu 1,7 milhão de novas contas no primeiro trimestre, fechando o período com 10,2 milhões de clientes, a partir do uso de redes sociais em seu marketplace, segundo a gerente de branding do Inter, Roberta Oliveira.

Sobre os benefícios, ela ressalta que para o Inter Shop, a lógica do canal também permite repetir o contato com a marca. Isso contribui para redução de CAC em novos clientes e para ativação em compras de correntistas atuais, sendo um ótimo meio para campanhas de remarketing da empresa que atingiu mais de 4 milhões de impressões nos conteúdos nos últimos 2 meses.

“O resultado disso é, novamente, a redução do CAC e atração de novos consumidores para outras avenidas do Inter, como a parte de banking, com novas aberturas de contas digitais, por exemplo”, afirma Oliveira.

Méliuz/Promobit

A Méliuz (CASH3), pioneira em cashback no Brasil com sua plataforma digital que conecta usuários e lojas parceiras, adquiriu o Promobit em maio deste ano, comunidade de troca de informações de ofertas e cupons e destaque em seu e-commerce.

Fábio Carneiro, diretor operacional do Promobit, diz que o social commerce gera um boca a boca e acaba motivando o compartilhamento do Promobit com pessoas próximas. “Principal vantagem no nosso formato de social é que acaba gerando consumo por oportunidade.“

Carneiro assegura que o social commerce é um diferencial de valor para a empresa, que possui um tráfego mensal de mais de 9 milhões de visitas. Para ele, a estratégia tem ganhado relevância tanto pelo modelo de influenciadores mas também com o surgimento de plataformas que oferecem uma experiência mais completa de consumo.

Locaweb/Tray

A Locaweb (LWSA3), que hospeda sites e busca fazer empresas nascerem e prosperarem por meio da tecnologia, registrou um aumento de 116,6% em seu valor bruto de mercadoria (GMV) via e-commerce no primeiro trimestre de 2021. A companhia adquiriu a plataforma de e-commerce Tray, que enxerga a rede social como uma peça fundamental para gerar alcance e aquisição, pois “é onde as pessoas estão”, afirma o diretor comercial e de marketing da Tray, Thiago Mazeto.

Ao tratar do potencial do mercado no Brasil, Mazeto recorre ao exemplo da China, onde 52% de tudo que é vendido é online. “Na China, o e-commerce e social commerce é algo fantástico. Lá não tem Google, então os influencers não são remunerados por AdSense; eles precisam do e-commerce.”

Segundo ele, a Tray está com um programa com mais de 23 embaixadores da marca e que estão trabalhando com as redes sociais como canal com nutrição de conteúdo. “Temos integrações com Instagram. Vamos lançar uma integração nova com outras redes sociais que permite que ele [o cliente] tenha a loja dele e faça as vendas nas redes sociais”, conta Mazeto.

Mosaico e Enjoei

Em meio ao potencial de longo prazo e aumento das forças competitivas, o analista Luis Sales, da Guide, vê com bons olhos a Mosaico (MOSI3), empresa especializada em conteúdo comercial digital dona de Buscapé e Zoom, cujo valor bruto de mercadoria (GMV) cresceu 28,7% no primeiro trimestre de 2021. Ele cita também o Enjoei (ENJU3), de comércio eletrônico de consumo colaborativo, que inicialmente nasceu como um blog, como um bom apelo de social commerce.

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