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Juros futuros ficam voláteis em dia marcado por PEC Emergencial e Treasuries

(Foto: Steve Buissinne/Pixabay)

A volatilidade voltou a ditar a dinâmica do mercado de juros, principalmente à tarde, na medida em que avançava a votação dos destaques da PEC Emergencial na Câmara. As taxas, que oscilavam em baixa na primeira etapa, zeraram a queda e passaram a subir com sinais negativos da Câmara, mas no fechamento já rondavam a estabilidade. O mercado reagiu mal às mudanças para permitir a progressão da carreira de servidores e à derrubada de dispositivo que daria mais flexibilidade na gestão do Orçamento, liberando R$ 65 bilhões ao ano. As alterações contrariam a sinalização dada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e pelo relator Daniel Freitas (PSL-SC) de que seria aprovado o texto “exatamente” como veio do Senado. Com isso, o aumento da aversão ao risco fiscal acabou ofuscando o impacto da melhora no mercado de Treasuries, com a taxa da T-Note virando para baixo à tarde na esteira do leilão de títulos do Tesouro americano e aprovação do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou a 4,035% (regular) e 4,05% (estendida), de 4,020% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 terminou em 7,42% (regular) e 7,39% (estendida), de 7,386% ontem. O DI para janeiro de 2027 encerrou a regular com taxa de 8,02%, de 8,034% ontem, e a estendida em 7,98%.

Na operação para tentar conter os danos à PEC Emergencial, o governo fechou um acordo para manter a possibilidade de progressões e promoções nas carreiras. Antes disso, um destaque do PT – que acabou rejeitado após o acerto – pedia a retirada de todos os gatilhos de congelamento de salário e outras despesas, medida vista como uma desidratação total do texto.

Ainda na PEC, outra fonte de ruído foi a aprovação do destaque do PDT que retirava a possibilidade de desvinculação de receitas hoje carimbadas para órgãos, fundos ou despesas específicas. Contudo, na visão da área econômica, a derrubada desse dispositivo não afeta o trecho da PEC que libera o superávit financeiro de diversos fundos públicos, reduzindo a necessidade de emissões do Tesouro. A medida deve liberar mais de R$ 100 bilhões que estão presos no caixa do governo para o abatimento da dívida pública.

Enquanto isso, no exterior, o mercado de Treasuries também teve um dia volátil. A inflação ao consumidor nos Estados Unidos em fevereiro dentro do esperado aliviou temores de pressão nos preços com potencial de antecipar um aperto monetário pelo Federal Reserve. Os rendimentos dos títulos moderaram os ganhos à espera de outro evento à tarde, o leilão de US$ 38 bilhões em T-notes de 10 anos. Pouco antes do leilão, a taxa da T-Note bateu mínimas, mas após a operação diminuíram o ritmo. Os papéis tiveram demanda abaixo da média, de acordo com a BMO. Além disso, o mercado monitorou a aprovação, na Câmara, do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão.

Por Denise Abarca

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