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Juros futuros sobem com incertezas sobre PEC Emergencial e inflação

(Foto: Shutterbug75/Pixabay)

A terça-feira foi de volatilidade no mercado de juros. As taxas estiveram bastante pressionadas pela manhã, desaceleraram o ritmo de alta no meio da tarde, mas perto do fechamento o alívio também já era limitado. A informação de que o texto da PEC que vai recriar o auxílio emergencial a ser votado amanhã na Câmara será o mesmo que veio do Senado, dada pelo relator Daniel Freitas (PSL-SC) no começo da segunda etapa e confirmada mais tarde pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi determinante para a melhora da curva, num dia em que o cenário externo, com rendimento dos Treasuries em queda, desta vez não atrapalhou.

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Ao mesmo tempo, foi insuficiente para uma virada no humor dos agentes, que operaram também de olho no noticiário relacionado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está, por ora, livre para disputar a eleição em 2022. A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) em linha com o consenso não mexeu com as taxas e o leilão do Tesouro surpreendeu pela oferta grande de NTN-B (1,1 milhão) numa manhã de estresse.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou a 4,01% (regular) e 4,00% (estendida), de 3,960% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 avançou de 7,276% para 7,38% (regular) e 7,35% (estendida). O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 8,03% (regular) e 7,99% (estendida), de 7,864%.

Os temas internos prevaleceram durante todo o dia, especialmente aqueles que envolvem os riscos políticos e fiscal. Mal os agentes digeriam a decisão do ministro do STF Edson Fachin, ontem, de anular as condenações de Lula na Lava Jato, um novo estresse foi instalado com a chance de a PEC Emergencial ser desidratada para atender à pressão de algumas categorias. O Broadcast Político informou ontem à noite que o presidente Bolsonaro havia aberto negociação para liberar, na PEC, a possibilidade de progressão e promoção de servidores públicos. À tarde, Freitas descartou este risco. “O mercado operou atrelado a esta questão doméstica e melhorou depois na esteira da fala do relator”, disse o estrategista da Tullett Prebon Vinicius Alves.

Segundo Freitas, o texto que veio do Senado tem sido o balizador das conversas. “É o momento que devemos olhar para o País e não especificamente para as corporações uma classe ou outra”, disse o deputado.

Quanto ao Copom da semana que vem, segue a divisão no quadro de apostas, entre alta de 0,5 e de 0,75 ponto porcentual. O Banco Central talvez tenha de pesar a mão para estancar a inclinação da curva e trazer de volta as expectativas para perto das metas de inflação – o boletim Focus aponta IPCA de 3,98% para 2021, ante meta de 3,75%. As previsões para o índice, em meio à alta do dólar e das commodities, têm sido recorrentemente elevadas.

Por Denise Abarca

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