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Queda externa e dúvidas fiscais impedem recuperação do Ibovespa

(Foto: Espaço B3/Divulgação)

Após uma abertura indefinida, Ibovespa cai, em dia de agenda de indicadores com menos força para influenciar os negócios e diante da queda dos ativos acionários no exterior. O viés de baixa pode prevalecer, em razão das continuadas preocupações dos investidores com relação às contas fiscais, diante da possibilidade uma nova ajuda financeira do governo à população, e de interferência política na Petrobras (PETR3, PETR4).

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É cada vez mais forte a pressão para que a equipe econômica adote uma nova rodada do auxílio emergencial. Na segunda-feira (8), o presidente Jair Bolsonaro disse que a discussão da volta do benefício é para “ontem”, mas que isso vai trazer “problema” para a economia.

“Essa questão do auxílio mexeu com o mercado ontem e tende a continuar influenciando. É algo para ficar atento, pois temos de ver como será feita a arrumação para que o gasto não desequilibre o fiscal. É algo extremamente desafiador”, afirma Marcio Loréga, analista técnico da Ativa Investimentos.

Junto com Petrobras, cujas ações caíram mais de 4%, os papéis do setor financeiro também cederam em meio a essa preocupação de retomada do auxilio emergencial ainda que para menos pessoas e com um valor menor, na faixa de R$ 200.

Às 10h44, os papéis do segmento caíam, com o declínio máximo de 1% (Bradesco PN).

“O investidor deve seguir de olho nessa questão da Petrobras, pois o comunicado da empresa deixou muitas pontas soltas”, diz Loréga, ao referir-se ao documento no qual a companhia afirma que alterou sua política de preços dos combustíveis de trimestral para anual. A notícia da mudança só veio à tona agora, mas já havia sido modificada em junho de 2020, sugerindo ingerência política na empresa.

Nem mesmo a valorização de 2,24% do minério de ferro no porto chinês de Qindgao, a US$ 164,10 a tonelada, alivia as ações da Vale ON, que cediam 0,11%.

O Ibovespa cedia 0,16%, aos 119.507,51 pontos. Ontem, o índice Bovespa fechou em baixa de 0,45%, aos 119.696,36 pontos.

“Reflete realização de lucro no mercado internacional. No Brasil, há cautela com o quadro fiscal com pressão continua pelo auxilio emergencial. Isso traz incertezas aos investidores sobre a fonte dos recursos”, explica Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos.

Em tempo: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro ficou em 0,25%, vindo perto do piso das expectativas (0,24%) e menor do que a mediana de 0,30% (teto era 0,54%) ajuda a reduzir a expectativa de antecipação de elevação da Selic, o que pode ajudar a limitar o recuo na B3. “Pode auxiliar, mas não será o único catalisador”, estima Loréga. “Veio abaixo do que esperávamos 0,32% e do mercado. O resultado talvez demonstre que o Brasil ainda não esteja preparado para alta na taxa de juros”, afirma.

Por Maria Regina Silva

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