Press "Enter" to skip to content

Cresce aposta de alta dos juros ainda no primeiro semestre

(Foto: Shutterstock)

Após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), economistas e analistas alteraram suas projeções para a elevação da taxa Selic, estimando que a alta pode começar ainda no primeiro semestre de 2021. Além de manter os juros em 2% ao ano, como era esperado, o Copom optou pela retirada do “forward guidance” (prescrição futura), o que significa que o BC não se compromete com a manutenção da taxa atual, deixando a condução da política monetária mais sensível às perspectivas para a inflação.

—> Gostou desta notícia? Receba nosso conteúdo gratuito, todos os dias, em seu e-mail

Álvaro Bandeira, sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais, avalia que o comunicado do Copom veio mais “duro” do que os anteriores, sinalizando alta da inflação e ressaltando a necessidade de reformas. “Penso que a alta da Selic deve começar lá para o final do primeiro semestre ou início do segundo, dependendo de ajustes, extensão de auxílio ou não e efeitos do Covid-19”, disse Bandeira.

Já os analistas da corretora Genial Investimentos alteraram de agosto para maio a expectativa de ajuste na Selic, em decorrência dos recentes “choques inflacionários”. A projeção do Copom para a inflação subiu de 3,4% para 3,6%, ainda próxima do centro da meta, que está em 3,75%, porém sensível ao risco de prolongamento das políticas fiscais de resposta à pandemia.

A Guide Investimentos também aponta para a possibilidade de aumento dos juros nas reuniões de maio e junho em caso de aumento do balanço de riscos, mas alega que “a aprovação de um orçamento dentro do teto de gastos e a sinalização em direção à aprovação de itens da agenda fiscal” podem garantir a manutenção do patamar atual da Selic por mais tempo.

A equipe de análise do BTG Pactual não vê sinais de alta iminente da Selic, mas concorda que a chance de um início de alta do juro básico antes de agosto aumentou. Por ora, “decidimos aguardar os sinais de agravamento da pandemia para avaliar melhor esse risco. Por enquanto, o comitê parece, ao menos em parte, seguir a mesma agenda”, diz o time do banco.

Investimentos

Na análise do economista Matheus Jaconelli, da corretora Nova Futura Investimentos, mesmo com a perspectiva de alta dos juros, o impacto maior sobre o mercado advém dos ruídos políticos com relação ao atraso na vacinação e a insegurança fiscal, portanto recomenda cautela: “O investidor deve pensar em companhias sólidas, com foco no longo prazo e investimentos com nível elevado de liquidez, para sua reserva de emergência”.

No caso do Tesouro Direto, Jaconelli diz que títulos indexados ao IPCA, como a NTN-B (Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais), de curto prazo podem ser uma boa opção para proteger o investidor contra a elevação dos preços.

Siga o Mercado News no Twitter e no Facebook e assine nossa newsletter para receber notícias diariamente clicando aqui.

Be First to Comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *