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Entrevista: Retomada na demanda continua forte no Nordeste, diz Moura Dubeux

Construtora utilizou a maior parte dos recursos do IPO para readequar sua estrutura de capital e hoje e vive posição confortável (Foto: Divulgação / Moura Dubeux)

A incorporadora de imóveis de luxo e alto padrão Moura Dubeux (MDNE3), focada no mercado nordestino, vê continuidade da forte retomada na demanda nas praças de Recife, Fortaleza, Salvador, Natal e Maceió durante o quarto trimestre, segundo Marcello Dubeux, CFO da companhia, que prevê fechar 2020 com um VGV (Valor Geral de Vendas) bruto de R$ 769 milhões.

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Em entrevista ao Mercado News, Dubeux contou que os planos de lançamentos estão sendo cumpridos sem maiores dificuldades e destacou os diferenciais de atuar há mais de 35 anos na região Nordeste após captar R$ 1,04 bilhão no IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) na B3 no início do ano. “Os fundamentos para esta nova fase de crescimento na região, onde a MD possui estes diferenciais, são os baixos estoques, a falta de lançamentos nos últimos anos e as melhores condições de acesso a crédito”, disse o CFO.

A seguir, leia a entrevista com Marcello Dubeux:

Como tem sido a dinâmica de vendas e lançamentos agora no quarto trimestre?

As praças em que atuamos (Recife, Fortaleza, Salvador, Natal e Maceió) mostraram forte retomada na demanda a partir do mês de junho para nossos estoques e essa tendência vem se mantendo durante o quarto trimestre. Quanto a lançamentos, a companhia anunciou juntamente com os resultados do terceiro trimestre os empreendimentos que seriam lançados no quarto trimestre. Este plano está sendo cumprido sem maiores dificuldades e ao final do mês teremos lançado um VGV [Valor Geral de Vendas] bruto de R$ 494 milhões no trimestre e R$ 769 milhões no ano de 2020.

Como se encontra a questão dos distratos atualmente?

A companhia acompanha no detalhe a possibilidade de distratos e vem observando uma evolução bastante positiva dos distratos correntes. A proporção de distratos sobre vendas está em aproximadamente 10%, o que é um patamar bastante saudável operacionalmente, considerando que dentro deste número ainda entram migrações para outras unidades de nosso estoque.

A empresa levantou recursos no IPO também para amortizar dívida e dar fôlego à estratégia de crescimento. Como isso tem acontecido até aqui?

A MD levantou recursos líquidos de comissões na ordem de R$ 1,04 bilhão no IPO. A companhia utilizou a maior parte dos recursos do IPO para readequar sua estrutura de capital e hoje sua dívida líquida representa cerca de 5% de seu patrimônio líquido e está em posição bastante confortável para entregar seu plano de negócios. Atualmente são 26 empreendimentos em andamento, número que tende a crescer ao longo dos próximos meses, com a continuidade dos diversos lançamentos que a empresa tem a executar.

Quais são os diferenciais de atuar no setor imobiliário do Nordeste, nos segmentos de média e alta renda?

Temos mais de 35 anos de presença na região, um forte recall de marca e capacidade operacional e de engenharia bastante provada. A região passou um período de crise em meados da última década, que levou à saída do mercado dos grandes players nacionais e regionais, deixando a MD em posição muito interessante no cenário competitivo para esta próxima onda de crescimento que está se iniciando. Os fundamentos para esta nova fase de crescimento na região, onde a MD possui estes diferenciais, são os baixos estoques, a falta de lançamentos nos últimos anos e as melhores condições de acesso a crédito, que adicionou milhares famílias em condições de obtenção de financiamento imobiliário.

Como a empresa tem visto a recente alta nos custos de matérias-primas e quais são as perspectivas?

Temos acompanhado o tema com atenção. Importante mencionar que parte relevante dos custos da construção civil são oriundos da mão-de-obra e que não temos preocupação com esta parte, dado os níveis de desemprego da região e a menor quantidade de contratantes. Com relação aos materiais, não antevemos grandes impactos em nossas margens pois entendemos que o efeito inflacionário deverá ser coberto pelo índice de correção (INCC), que ajusta os preços dos imóveis durante o período de construção, até que toda a logística do parque industrial brasileiro seja normalizada.

Qual tem sido a estratégia de aquisição de terrenos em um momento de empresas do setor capitalizadas?

Primeiramente, importante ressaltar que as empresas do setor que se capitalizaram no mercado recentemente não atuam em nosso mercado. Dito isso, temos analisado criteriosamente as oportunidades de aquisição de terrenos e feito um trabalho contínuo de prospecção. Temos avançado bastante nessa frente com a aquisição de terrenos interessantes e nos mantemos otimistas quanto a continuidade do acesso aos bons terrenos e oportunidades, dado nosso posicionamento competitivo na região.

O que a Moura Dubeux prevê de crescimento e perspectivas para 2021?

De maneira geral, há um grande otimismo para o setor e nós temos esta mesma visão, acreditando muito em nossa tese e nossas praças de atuação. Deste modo, esperamos continuar crescendo, de maneira a oferecer os produtos de qualidade para nosso público-alvo. Nosso crescimento, entretanto, se dará sempre respeitando uma disciplina de caixa de modo a manter sempre uma estrutura de capital saudável.

Há alguma pretensão de expansão para outras regiões ou em outros nichos de mercado em um futuro próximo?

No momento o nosso foco é investir em nosso planejamento estratégico, que consiste em crescer em nossos mercados com o produto que sabemos fazer bem e com muita qualidade.

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