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Bolsa cai abaixo dos 115 mil pontos com ruídos políticos

(Foto: B3)

Bem perto de zerar as perdas acumuladas no ano, o Ibovespa claudica por mais uma sessão com os investidores de olho nos problemas fiscais do país, mas, ao mesmo tempo, um fluxo de recursos não-residentes que mantêm as ordens de compras ativas. Assim, o Índice Bovespa mostrou um movimento lateralizado na etapa vespertina dos negócios, ora no positivo, ora no negativo, mas sempre perto da estabilidade.

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Ao final do dia, fechou em baixa de 0,45%, aos 114.611,12 pontos. Destaque entre as blue chips, os papéis do Banco do Brasil (um dos mais descontados entre os de primeira linha) encerraram com ganhos de 0,29%. Por outro lado, impactada pelo recuo na cotação do minério de ferro, Vale ON recuou 1,54%.

Pela manhã, havia força compradora, que levou o indicador aos 115.740,10 pontos, na máxima intraday, mas ruídos políticos receberam atenção e algumas notícias geraram incertezas sobre a condução das contas públicas em 2021 reduziram os ânimos.

Líderes da oposição no Congresso declararam mais cedo que queriam analisar vetos do presidente Jair Bolsonaro antes de votar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) na sessão desta quarta-feira, 16. Mas, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, disse que haverá a votação marcada e que a aprovação definitiva do orçamento deve acontecer entre o fim de fevereiro e o começo de março, já que a instalação da comissão do Orçamento só deve ser em fevereiro, após a eleição da presidência da Câmara e do Senado.

Para Marco Tulli, superintendente de mesas de Operações da Necton, questões políticas, como também a briga política entre o governador de São Paulo, João Doria, e o presidente Bolsonaro, no contexto que envolve os assuntos do coronavírus, também são negativas.

Nesse clima de receio sobre as questões fiscais, o dólar foi o termômetro do dia, com a divisa no mercado à vista subindo 1,5% e voltando a ser cotado na marca dos R$ 5,12 no fechamento.

Para Lucas Collazo, analista da Rico Investimentos, o temor sobre a situação fiscal no Brasil segue sendo a principal preocupação doméstica dos investidores. “Alguns ruídos sobre a extensão do auxílio emergencial sendo incluída em projeto do Senado casados com a falta de uma posição sobre a perspectiva da vacina para a Covid-19 no Brasil, tiveram seus holofotes no noticiário de hoje”, disse. Um novo projeto de lei apresentado pelo senador Alessandro Vieira não tem o poder de tirar os recursos do teto de gastos, afirmou, lembrando que o projeto precisaria ainda ser aprovado por Senado e Câmara e sancionado pelo presidente antes de entrar em vigor.

Tulli, entretanto, ressalta que, enquanto o fluxo de investimentos estrangeiros estiver vindo em direção aos mercados acionários de países emergentes e, em especial, ao Brasil, essas questões ainda ficam em segundo plano para o desempenho geral da Bolsa.

Por Simone Cavalcanti

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