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Próxima pernada do rali da Bolsa põe small caps no radar

(Foto: Espaço B3/Divulgação)

A continuidade da entrada de dólares na Bolsa brasileira em dezembro tende a favorecer as small caps (ações de empresas menores), após a primeira pernada de alta, em meio ao ímpeto por diversificação diante das incertezas dos mercados.

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Mesmo sem clareza sobre o dilema fiscal do Brasil, investidores estrangeiros direcionaram cerca de R$ 33 bilhões à B3 em novembro, graças à enxurrada de dinheiro injetada pelos governos para combater a pandemia de Covid-19.

“Recomendamos que os investidores permaneçam investidos para a próxima etapa de valorização das ações, mas que diversifiquem a exposição. Isso vale ainda mais quando a incerteza do mercado é alta, e os investidores também podem querer controlar o risco, diversificando globalmente entre ativos e regiões”, diz Mark Haefele, diretor de investimentos do UBS.

Se o fundamento é o fluxo, as “blue chips” brasileiras (companhias tidas como mais consolidadas), como Vale (VALE), Petrobras (PETR4) e bancos, protagonizaram a primeira pernada de ganhos e empurraram o Ibovespa para seu segundo melhor novembro da história em dólares desde a criação do índice em 1968, segundo análise da Economatica – valorização de 25,5%.

Tal façanha foi obtida com “apenas” US$ 6 bilhões (R$ 33 bilhões) de dinheiro gringo frente a uma farta liquidez global, calculada por alguns em até US$ 3 trilhões. Que o risco fiscal inibe, não há dúvidas. Mas também “faltam papéis de interesse dos estrangeiros, a B3 não tem muitas blue chips”, arrisca um experiente operador de câmbio local.

Segunda pernada

Neste contexto, mesmo com seletividade em alta, a partir de agora entram no radar as chamadas small caps, segundo analistas. 

O time de estratégia do Itaú BBA já se antecipou à perspectiva de maior interesse por ações de menor liquidez e outros setores, se o fluxo externo prosseguir forte. “Preferimos embolsar os ganhos em Vale e inserir as ações da Tenda (TEND3) [na carteira Top 5], que durante a pandemia apresentou resiliência nos seus resultados trimestrais”, diz relatório assinado por Fabio Perina e Larissa Nappo.

Já a equipe da Easynvest optou por embolsar os ganhos com as ações de Gerdau (GGBR4), substituindo os papéis da siderúrgica para a entrada de Multiplan (MULT3) na carteira de dezembro. Trata-se de um “setor extremamente impactado pela crise e com preços descontados”, segundo o analista José Falcão Castro. Ele acrescenta que a administradora de shopping centers “pega a retomada do consumo com a expectativa de vacinas e normalização das atividades em 2021”.

Fim do isolamento?

A diversificação para além das blue chips já é notada em papéis que tinham sofrido mais com o isolamento social, como o setor aéreo e o de turismo. Notícias de produção de vacinas contra a Covid-19 soam como música a nomes que dependem da normalização do fluxo de pessoas.

Até o momento em dezembro, as ações da Azul (AZUL4), Gol (GOLL4) e CVC (CVCB3) acumulam ganhos mensais de, respectivamente, 11%, 16% e 14%.

O BTG Pactual atualizou as estimativas para o setor aéreo, preferindo companhias focadas no mercado doméstico. Elevou a recomendação para Azul de “neutra” para “compra” e aumentou o preço-alvo em 12 meses de R$ 26 para R$ 47. No caso de Gol, a recomendação de “compra” foi mantida e o preço-alvo subiu de R$ 27 para R$ 31.

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