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Bolsas da Europa mantêm pé no freio com covid-19 e seus efeitos econômicos

(Foto: Pixabay)

A pandemia de covid-19 mantém as Bolsas Europeias em terreno negativo na manhã desta quinta-feira, 19. O movimento vem sendo visto nos últimos dias a despeito de notícias cada vez mais encorajadoras sobre as vacinas contra o coronavírus – as mais recentes são a de que o imunizante da AstraZeneca/Oxford apresentou uma robusta resposta entre os mais velhos e que a Pfizer submeterá nesta sexta-feira sua pesquisa à US Food and Drug Administration (FDA) para aprovação.

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Pesam sobre o mercado, no entanto, informações de curto prazo, como a morte de mais de 250 mil americanos por causa da doença – o maior volume por país do mundo – e o cálculo do Instituto Internacional de Finanças (IIF, na sigla em inglês) de que governos e empresas pegaram US$ 15 trilhões a mais em empréstimos nos primeiros nove meses de 2020, o que o jornal britânico Financial Times classificou como um “tsunami de dívida”. Os temores renovados de que o aumento de casos no Hemisfério Norte implique em quarentenas mais duras deixam os investidores paralisados.

A cidade de Nova York anunciou ontem à tarde que fechará as escolas devido ao avanço do surto. A decisão veio quando as taxas de testes positivos para o vírus ultrapassaram o limite de 3%. Outras autoridades já reinstituem algumas das ordens de permanência em casa, toques de recolher e medidas de segurança pública, incluindo o fechamento de comércio considerado não essenciais em várias cidades. Em declarações à BBC ontem, o principal infectologista americano, Anthony Fauci, disse que o país estava “indo na direção errada em um momento muito precário”, com a maior possibilidade de as pessoas se reunirem dentro de casa por causa da diminuição da temperatura.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, resumiu bem a situação ao Parlamento Europeu agora cedo: “O principal desafio será preencher a lacuna até que a vacinação esteja avançada”. Segundo ela, as notícias sobre as vacinas são encorajadoras, mas o aumento de casos é um desafio que pode penalizar ainda mais a zona do euro. Neste cenário, o índice pan-europeu caiu 0,86% há pouco, a 387,17 pontos. Depois da fala de Lagarde, o euro ampliava as perdas ante o dólar, já que ela prometeu continuar a dar estímulos monetários, mas previu que a inflação deve permanecer em território negativo no início do ano que vem. Dois presidentes regionais (Cleveland e Boston) do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) também participam de eventos públicos hoje.

Na Ásia, o presidente da China, Xi Jinping, disse hoje que cortará tarifas e que assinará mais acordos de livre comércio, segundo a mídia estatal. Ele acrescentou que a segunda maior economia do globo não buscará o “desacoplamento” em relação à americana, a maior potência global. Ele fez estas declarações durante participação no evento “Diálogos de CEOs da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico”, uma reunião virtual de líderes governamentais e empresariais.

Ainda sobre poderio em relação ao mundo, o Reino Unido anunciou que planeja seu maior investimento militar desde o fim da Guerra Fria, apesar de a crise do coronavírus estar atingindo a economia. De acordo com a imprensa local, o governo busca definir seu papel no cenário mundial pós-Brexit, como é chamada a saída do país da União Europeia.

Entre os destaques corporativos do Stoxx-60 estão as altas das ações do serviço de correios britânico, o Royal Mail (8,08%), e da empresa norueguesa de hidrogênio Nel ASA (5,83%). Já na parte de baixo do índice estão os papéis de companhias alemãs, como Kion Group (-9,17%) e a gigante do aço Thyssenkrupp (-6,93%). A primeira baixa se dá por causa da necessidade de um aumento de capital na companhia e a segunda ocorreu após a divulgação de resultados do terceiro trimestre.

Às 6h43 de Brasília, a Bolsa de Londres perdia 0,90%, a de Frankfurt cedia 0,92% e a de Paris tinha baixa de 0,83%. Milão mostrava desvalorização de 0,38%; Madri recuava 0,83% e Lisboa caía 0,58%. No mercado cambial, o euro era comercializado a US$ 1,1832, de US$ 1,1857 do fim da tarde de ontem, e a libra era cotada a US$ 1,3224 ante US$ 1,3271 da véspera.

Por Célia Froufe

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