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IPOs do varejo devem movimentar mais de R$ 27 bilhões

(Foto: B3)

O setor de varejo é o novo queridinho do pregão. Um cálculo aproximado mostra que, entre abril e agosto deste ano, 16 processos de abertura de capital (Initial Public Offering, ou IPO) movimentaram o mercado, considerando-se tanto aquelas cujos processos já foram concluídos quanto as que estão em preparação ou ainda não foram protocoladas na Comissão de Valores Mobiliários. Os números são pujantes. A estimativa é que esses IPOs movimentem mais de R$ 27 bilhões. Só para comparar, entre 2005 e 2019 o setor de varejo realizou 17 aberturas de capital e movimentou cerca de R$ 19 bilhões. Para resumir o momento em uma frase: em cinco meses, o varejo realizou o mesmo número de IPOs e movimentou 145% de tudo o que foi realizado em 14 anos.

E as boas notícias não param por aí. Até há poucos meses, as varejistas cujas ações frequentavam o pregão eram apenas redes de abrangência nacional ou conhecidas no eixo Rio-São Paulo. Nomes como Grupo Pão de Açúcar, Renner, Magazine Luiza ou Via Varejo. E, com exceção do setor de drogarias, varejistas não-especializados. Agora, há saudáveis novidades entre os candidatos a tocar a campainha no pregão da B3. Redes regionais, como Havan. Redes especializadas, como a Quero-Quero, de material de construção, e a Petz, especializada em animais de estimação. E mesmo novas redes de farmácias, como a Pague Menos.

Há várias explicações para esse movimento. A mais evidente é o aumento da liquidez e do número de participantes no mercado, que se aproxima de inéditos 3 milhões de CPFs. Outra é um movimento dos fundos de private equity, que fizeram polpudos aportes nas varejistas há alguns anos e agora estão aproveitando a maturação desses investimentos para colocar algum (ou muito) dinheiro no bolso. E o bom potencial de consolidação do setor. A explosão do comércio eletrônico provocada pela pandemia do coronavírus mudou profundamente as forças no setor, e transformou nomes secundários em potências – e colocou redes tradicionais, mas pouco informatizadas, na desconfortável posição de alvos.

Claro, nem todos esses IPOs oferecem ao investidor uma relação entre risco e retorno que compense. Ao analisar alguns desses processos, o time de análise da Levante Ideias de Investimentos recomendou, por exemplo, não participar dos processos do grupo de varejo de moda Soma e da rede de farmácias Pague Menos. A única recomendação de participação nesse setor foi no IPO da Petz, em que as perspectivas de aumento da rentabilidade compensam o risco.

PIB

Pela primeira vez em oito semanas, as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pioraram em relação à semana anterior. O prognóstico da edição do Relatório Focus, do Banco Central (BC) desta terça-feira (8) é de uma retração de 5,31% em 2020, resultado levemente pior do que os 5,28% de retração previstos na edição anterior. A projeção para a inflação medida pelo IPCA acumulado no ano oscilou marginalmente para cima, subindo para 1,78% ante o 1,77% anterior. E as estimativas para o câmbio e os juros permaneceram inalteradas, com uma taxa referencial Selic em 2% no fim do ano, e com o dólar valendo R$ 5,25 em dezembro.

Inflação e emprego

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI)1 subiu 3,87% em agosto, alta de 1,53 ponto percentual ante os 2,34% de julho. O IGP-DI acumula alta de 11,13% no ano e de 15,23% em 12 meses. Em agosto de 2019, o índice havia variado -0,51% e acumulava elevação de 4,32% em 12 meses. Mais uma vez, o destaque foi a alta do minério de ferro nos preços no atacado. As cotações do minério subiram 17,11% no mês.

O mercado de trabalho continua se recuperando. O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) da Fundação Getulio Vargas subiu 8,8 pontos em agosto, para 74,7 pontos. É o maior valor desde os 82,6 pontos de março deste ano.

Apesar do cenário positivo para o médio e o longo prazos, com a retomada da confiança, a recuperação do mercado de trabalho no Brasil e a forte migração de recursos e de investidores para os pregões, a semana começa com os índices em baixa no Brasil e nos Estados Unidos. Ambos os mercados não funcionaram na segunda-feira (7) devido a feriados (Independência no Brasil, Dia do Trabalho nos Estados Unidos), mas começaram o dia em baixa devido à queda das cotações das ações americanas de tecnologia, que começou na semana passada e deve prosseguir nesta terça-feira.

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