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Maia rompe com Paulo Guedes

(Foto: Tuca Vieira/Divulgação)

O diálogo entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou ao fim. A decisão de rompimento partiu de Maia, que deu a declaração logo após ter recebido o texto da reforma administrativa. Segundo o presidente da Casa, o ministro teria proibido seus secretários de dialogar com ele, cancelando de última hora um almoço que trataria do novo Plano Mansueto.

A partir de agora, Maia deve tratar questões de agenda com o ministro da Secretaria de Governo e responsável pela articulação política no Congresso, Luiz Eduardo Ramos. O ministério da Economia não se manifestou publicamente sobre o embate, mas nos bastidores o clima é pesado e a sensação é de que o presidente da Câmara foi desleal nas declarações feitas.

A relação entre os dois não é boa desde a reforma da Previdência. Paulo Guedes não gostava da proximidade de Maia com o ex-secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, e considerava que o presidente da Câmara sempre capitalizava as vitórias na Câmara somente para ele. Com a aprovação da reforma, foi negociada uma trégua entre as partes. Com o advento da pandemia, o quadro voltou a ficar complicado e o diálogo passou a ser entre o presidente da Câmara e os secretários de Guedes. Agora, o rompimento é completo e parece irreversível.

Do ponto de vista mais pragmático possível, a novela entre os dois personagens e o recente rompimento é prejudicial ao andamento das reformas, apesar de ambas as partes negarem qualquer efeito na agenda. O presidente da Câmara e o ministro da Economia são duas posições chave para o andamento da agenda econômica de governo, ainda mais em tempos de envio do Orçamento de 2021, de reforma administrativa e de novas propostas para desobrigar e desvincular gastos.

O rompimento é definitivo, afinal o presidente da Câmara caminha para o fim de seu mandato. A notícia deve prejudicar o desempenho do índice no pregão de hoje, mas o humor dos investidores deve ficar mais voltado aos dados da economia americana e sobre uma possível correção à queda de ontem.

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