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IRB Brasil RE (IRBR3) registra prejuízo de R$ 685,1 milhões no segundo trimestre

(Foto: Divulgação)

A empresa de resseguros IRB Brasil RE (IRBR3) divulgou na noite da última sexta-feira (28) seus números referentes ao segundo trimestre de 2020. Devido aos vários escândalos recentes envolvendo a companhia, o resultado, assim como durante o 1T20, permaneceu como um dos mais aguardado de toda a temporada de balanços diante da expectativa sobre como a nova gestão encararia a questão.

A nova gestão deu bons sinais de melhora de governança corporativa e transparência – diante da evidência de irregularidades constatadas, a companhia já havia apresentado uma nova versão de suas demonstrações financeiras de 2019 durante a apresentação de seu 1T20.

O prejuízo líquido de R$ 685,1 milhões ante o lucro de R$ 397,5 milhões no mesmo período do ano passado, já considerando os novos números apresentados pela companhia referentes a 2019, foi um dos principais destaques negativos. O prejuízo líquido se deu principalmente à sinistralidade bem acima do esperado.

De abril a junho, os prêmios emitidos somaram R$ 2,54 bilhões, avanço de 8% ano a ano, abaixo do crescimento esperado (guidance), que era de 20% a 27%.

Depois de confirmar a fraude nas reservas técnicas, a companhia está fazendo o necessário para arrumar a casa e o aumento de capital para cobrir o rombo de R$ 2,1 bilhões, referente à investigação da Susep, foi bem sucedido. No entanto, acreditamos que o resultado líquido do IRB veio bastante pior do que o esperado pelo mercado. Com isso, analistas esperam que as ações tenham um dia de ajuste negativo.

De acordo com analistas, é importante aguardar pela reprodução da teleconferência com analistas e investidores prevista para esta manhã de segunda-feira (31), às 11h30 horas. Espera-se que a nova diretoria se mantenha mais transparente e disposta a responder as dezenas de perguntas que certamente ocorrerão. As eventuais novidades e falas dos executivos durante a teleconferência devem causar bastante volatilidade nas ações durante o pregão.

Relembrando, o resultado do primeiro trimestre divulgado no dia 29 de junho também veio abaixo do esperado e a teleconferência com analistas e investidores na tarde do dia 30 de junho evidenciou o longo caminho a ser percorrido até a recuperação da companhia.

A capitalização melhora um pouco a visibilidade sobre os próximos passos da companhia, mas os especialistas continuam enxergando as ações de IRB Brasil (IRBR3) como muito arriscadas, ainda que o recuo no preço das ações que atingiu 80% no ano (ante queda de 12% do Ibovespa) possa à primeira vista passar a impressão de que as ações estejam atrativas.

Na última semana, a queda das ações IRBR3 se deu após a divulgação de uma nova carta da Squadra. Publicada no dia 21 de agosto, além de uma retrospectiva completa do primeiro semestre, a gestora recapitulou uma das suas principais teses de investimento do período – a posição vendida (short) nas ações do IRB. Além dos devidos esclarecimentos, foi afirmado que ainda é mantida a posição vendida em IRBR3.

A companhia continua líder de mercado, com quase 40% de market share. Porém, o grande problema de IRB Brasil não é apenas operacional, mas reputacional e quebra da confiança é uma ferida que pode demorar a cicatrizar.

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