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Ofertas de ações podem superar R$ 100 bilhões em 2020

(Foto: B3)

A combinação entre juros baixos em todo o mundo, injeção maciça de recursos nas economias pelos bancos centrais e movimentos de consolidação de diversos setores vem fazendo os movimentos de mercado bater recordes, tanto nas aberturas de capital (Initial Public Offerings, ou IPO) quando nas ofertas subsequentes de ações (follow-on), quando uma empresa já listada no pregão oferece mais ações. Há alguns dias, o conglomerado chinês ANT Group, braço financeiro do Alibaba, de Jack Ma, anunciou um IPO de US$ 30 bilhões. Se esse valor se confirmar, poderá superar os US$ 29,4 bilhões levantados pela estatal petrolífera saudita Saudi Aramco. Realizado em 2019, o IPO da Petrobras saudita é, até agora, o maior do mundo.

Esse movimento não tem passado ao largo do Brasil. Até julho, segundo dados da B3, 21 empresas vieram a mercado, captando R$ 52 bilhões. E um levantamento da Levante Ideias de Investimentos mostra que os outros processos em andamento podem levantar mais R$ 38 bilhões, sem contar lançamentos grandes como o da rede de lojas Havan e o da Caixa Seguridade, e ofertas subsequentes de Banco do Brasil e Petrobras Distribuidora.

Com tudo isso, já são quase R$ 92 bilhões previstos para este ano, o que transformaria 2020 no segundo melhor ano da história do mercado desde o recorde de 2010, quando os lançamentos de ações movimentaram R$ 150 bilhões. No entanto, sempre é bom lembrar que, sem a gigantesca capitalização de R$ 120 bilhões realizada pela Petrobras, o total daquele ano teria sido de R$ 30 bilhões. Repetindo: sem a Petrobras, 2020 já seria o melhor ano da história recente do mercado em relação a acesso a recursos.

Boa parte do movimento deste ano tem sido de empresas do setor imobiliário. Incorporadoras já listadas estão abrindo o capital de subsidiárias para destravar valor dessas controladas. Isso também deverá ocorrer com as estatais. Em 2017, a Petrobras Distribuidora captou R$ 5 bilhões abrindo seu capital em bolsa. A estimativa com a abertura de capita da Caixa Seguridade pode movimentar de R$ 12 bilhões a R$ 15 bilhões, quase o triplo da Petrobras Distribuidora. E isso em uma abordagem conservadora, em que nenhuma das empresas do sistema Eletrobras será privatizada neste ano.

Diferentemente do que ocorreu no passado recente, quando esses movimentos de euforia costumavam ser brutalmente abatidos por problemas econômicos ou políticos, a alta das aberturas de capital tem boas razões estruturais para continuar, reforçadas pela nova filosofia do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Internacional

Na quinta-feira (27), Jerome Powell, presidente do Fed, confirmou as expectativas e disse que o BC americano vai Ofertas mudar sua abordagem em relação à inflação e perseguirá uma meta de 2% ao ano no longo prazo. Assim, após períodos prolongados de inflação em baixa, o Fed será complacente com períodos de inflação acima da meta, e não terá pressa em elevar os juros.

Amplamente esperada, essa mudança na estratégia de combate à inflação visa dar mais folga à economia americana para recuperar o nível de emprego. E também garante mais espaço para o mercado acionário aproveitar a política monetária expansionista, que vem garantindo recordes sucessivos nos pregões.

Inflação

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 2,74% em agosto, percentual superior ao apurado em julho, quando havia apresentado taxa de 2,23%. Com este resultado, o índice acumula alta de 9,64% no ano e de 13,02% em 12 meses. Em agosto de 2019, o índice havia caído 0,67 por cento e acumulava alta de 4,95 por cento em 12 meses.

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