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C&A (CEAB3) registra prejuízo de R$ 192 milhões no segundo trimestre

(Foto: Divulgação)

A C&A (CEAB3) divulgou nesta quarta-feira (19) após o fechamento do mercado seus números referentes ao 2T20. O resultado veio fraco porém em linha com o esperado, com forte impacto do coronavírus que fechou as lojas da C&A, o que levou à piora nas linhas mais importantes do seu resultado em termos de vendas.

O destaque positivo foi a boa evolução dos números apresentados no comércio eletrônico com a expansão significativa da receita digital que atingiu 50% das vendas de produtos para R$ 139,6 milhões, um crescimento de 356%.

Há também o lançamento de sua plataforma de marketplace “Galeria C&A”, que permite complementar a gama de produtos de moda e em outras categorias não oferecidas pela empresa, com sortimentos de marcas fortes como Vivara, Cia. Marítima, Etna e Azaleia, entre outros.

Outro ponto positivo foi o controle das despesas operacionais que impediu que o resultado fosse mais penalizado pelo impacto do fechamento das lojas, com redução de quase 30% quando comparado com o mesmo trimestre de 2019.

Já o destaque negativo, além dos números fracos nas linhas de receita e lucro líquido, foi o aumento da inadimplência que atingiu 21,7% em seus cartões de crédito.

Na última linha o resultado líquido foi um prejuízo de R$ 192 milhões, revertendo o lucro de R$ 25,8 milhões do 2T19.

O resultado da C&A veio em linha com as expectativas, pelo menos em números, analistas esperam impacto positivo no preço das ações (CEAB3) no curto prazo, pois acreditam que o pior momento da empresa ficou para trás.

O destaque do resultado foi a agilidade na gestão da companhia em adaptar e evoluir seu modelo de negócio para ser mais digital. Na avaliação de analistas, a C&A não será um negócio digital, porém a tecnologia e as suas vendas online serão importantes para a empresa no longo prazo, e é essa velocidade e mudança de mentalidade que deve pesar na avaliação dos investidores nas ações da companhia.

No ano as ações da C&A (CEAB3) recuam 40,47%, enquanto as Lojas Renner (LREN3) recuam 27,37% e o Ibovespa tem perdas de 13,13%.

O resultado foi fortemente impactado pelo fechamento das lojas físicas da C&A, lembrando que boa parte do sortimento de lojas da companhia está dentro de shopping centers. No entanto, a companhia aproveitou esse momento para acelerar sua transformação digital que não era prioridade quando a companhia captou recursos para o IPO, e agora parece ser o centro das atenções da companhia.

A receita líquida totalizou R$ 294,5 milhões, número 76,6% inferior ao do primeiro período do ano passado. O impacto se deu em todas as linhas da receita, da venda de vestuários até os serviços financeiros.

Não foi só a venda de produtos de moda que foi impactada com o fechamento de lojas, as receitas financeiras também foram, com a diminuição da emissão de novos cartões de crédito, diminuição do volume de crédito concedido e aumento de provisões para perdas. A inadimplência foi destaque negativo com aumento significativo, estamos de olho em como será o comportamento nos próximos trimestres. Acreditamos que ela diminuirá, dado que muita gente ainda paga as suas faturas nas próprias lojas e, com elas fechadas, esse pagamento foi dificultado.

As despesas operacionais apresentaram forte redução de 29,2% com a renegociação do aluguel de lojas, adoção de medidas de suspensão de contratos de trabalho e redução de jornada. É preciso acompanhar esse número nos próximos resultados para entender como será a evolução, para entendermos se essa redução foi apenas temporária ou se a empresa aproveitou para ganhar eficiência.

A companhia encerrou junho com uma dívida bruta de R$ 1,2 bilhões, um aumento de 53,2% em relação ao mesmo trimestre de 2019. A companhia captou recursos para engordar o caixa e atravessar os meses de maior imprevisibilidade com dinheiro no bolso. A companhia tem caixa líquido de R$ 53,8 milhões.

A companhia informou que não conseguirá entregar a expansão de lojas que era esperada para o ano (22 lojas) e está revendo aa reformas também, acreditando que o uso de vários canais de distribuição deve ser levado em consideração. Apesar das dificuldades a companhia mapeou oportunidades para conseguir posições melhores em ativos que já possui lojas, ou entrar em ativos que antes não tinha.

Os catalisadores da C&A são, além dos fatores macroeconômicos (renda, crédito e desemprego): i) expansão e aperfeiçoamento de seu braço digital; ii) expansão de lojas, mesmo que em menor quantidade do que era esperado e; iii) melhor posicionamento de lojas em shopping centers.

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