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Lucro líquido da Rumo chega a R$ 405 milhões no segundo trimestre

(Foto: Divulgação)

A Rumo (RAIL3) divulgou os números do segundo trimestre de 2020 na quinta-feira (13), após o fechamento do mercado. O resultado foi levemente positivo, em linha com as expectativas em termos de receita líquida e geração de caixa medida pelo Ebitda, mas acima do esperado em termos de lucro líquido.

A partir de 31 julho de 2019, a Rumo passou a apresentar os seus resultados considerando a Malha Central (Ferrovia Norte-Sul). Logo, todas as comparações com o segundo trimestre de 2019 são feitas sem os efeitos da Malha Central.

A receita líquida foi afetada pelo aumento já divulgado anteriormente do volume transportado no trimestre, com avanço de 13,9% em relação ao mesmo período de 2019. Por outro lado, a tarifa recuou 8,5% no período. Com isso a receita líquida foi de R$ 1,828 bilhão no trimestre, 5,7% superior ao segundo trimestre de 2019.

O Ebitda ajustado foi de R$ 982 milhões, aumento de 6,3%, também impactado pela queda da tarifa. A boa performance em custos acarretou num leve aumento da margem Ebitda de 0,2 ponto percentual na comparação anual para 53,7%.

O lucro líquido foi de R$ 405 milhões no segundo trimestre, ante um lucro de R$ 185 milhões no segundo trimestre de 2019.

A companhia aproveitou para comunicar via fato relevante que foi aprovada a realização de uma oferta subsequente de ações (follow-on).

A oferta será totalmente primária e consistirá na distribuição de 235 milhões de ações ordinárias, o que indica a movimentação da oferta-base (sem lotes adicionais) de R$ 5,2 bilhões, podendo chegar a R$ 7 bilhões em caso de lote adicional.

A oferta é restrita (CVM 476) aos atuais acionistas e a investidores institucionais e a subscrição prioritária vai dos dias 14 a 20 de agosto, com preço sendo fixado no dia 24 de agosto e as novas ações sendo negociadas a partir do dia 26 de agosto.

O resultado mostrou uma boa recuperação em relação aos números mais fracos reportados no primeiro trimestre de 2020. Além disso, a confirmação do follow-on é positiva para a companhia, pois vem um momento que a companhia se depara com uma sequência de grandes projetos. Dessa forma, esperamos por um impacto positivo no preço das ações (RAIL3) no curto prazo.

Uma pressão mais negativa sobre o preço das ações pode ir aumentando conforme vai se aproximando a data de definição de preço do follow-on (24), quando os investidores institucionais tradicionalmente tentam forçar o preço para baixo.

Mais do que deixar a Rumo pronta para novas licitações do Governo Federal, a oferta poderia trazer uma economia de quase 3 bilhões de reais com o pré-pagamento da renovação da concessão da Malha Paulista cuja dívida corre a uma taxa exorbitante de IPCA mais 11%.

Apesar dos destaques positivos do resultado, é importante também ressaltar a contribuição de um ganho não recorrente no valor de R$ 348 milhões no lucro líquido, decorrentes da reversão de provisões trabalhistas.

No início de julho, o grupo Cosan (CSAN3), controlador da Rumo, anunciou um processo de simplificação societária, abrindo caminho para operar como uma única holding e com as suas controladas listadas em bolsa.

A união abre espaço para uma sucessão de eventos positivos como um futuro re-rating das ações da Cosan (CSAN3) por simplificação de estrutura societária, melhora de governança, mais liquidez, o que aumentaria o peso no índice e o investimento por parte de fundos passivos que replicam o Ibovespa.

Além da simplificação societária e a grande vitória recente com a renovação antecipada da Malha Paulista, o próximo grande catalisador para as ações da Rumo (RAIL3) é o projeto de extensão do Lucas do Rio Verde (ex-Sorriso). Além do pré-pagamento de outorgas, os eventuais recursos levantados também devem ser destinados para este projeto.

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