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Bolsonaro concede liderança da Câmara ao centrão

(Foto: Shutterstock)

A liderança da Câmara não está mais formalmente com os bolsonaristas. Nesta quarta-feira (12), o presidente destituiu o deputado major Vitor Hugo (PSL-GO) do cargo e o substituiu por um deputado do Centrão e ex-ministro do governo Temer, Ricardo Barros (PP-PR).

A decisão foi tomada por Bolsonaro e não passou pelo responsável pela articulação política, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, que está de férias. A mudança veio em concomitância com o discurso do presidente em defesa do teto de gastos e compromisso com a austeridade fiscal, após reunião com lideranças do Congresso. É possível que a troca do líder do governo na Câmara tenha sido debatida nessa reunião anterior.

Na declaração ao público, estavam ao lado do presidente da República os presidentes Davi Alcolumbre (DEM-AP), do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ), da Câmara, além dos ministros da Economia, Paulo Guedes, da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Ainda, marcaram presença os próprios deputados Ricardo Barros e Vitor Hugo, e também o senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso e o deputado Arthur Lira, líder do PP na Câmara e uma das cabeças do Centrão.

Na avaliação de Vitor Hugo, a mudança se deu em função de um novo cenário da política. Já havia alinhamento do Centrão com relação à agenda legislativa promovida pelo governo, por meio das articulações de Arthur Lira nas votações. No entanto, com a necessidade de avançar em pautas econômicas (inclusive, para preservar o teto de gastos), a troca por um quadro mais experiente da Câmara e membro do Centrão é estratégica para o Planalto.

Com a aliança entre os dois grupos cada vez mais sólida, é de se olhar com bons olhos que o líder do governo na Câmara não fique restrito à ala bolsonarista. Os impactos da troca para o mercado, porém, devem ser neutros. No dia de hoje, deve haver, sim, um impulso positivo residual para os investidores após a defesa conjunta (presidente e lideranças do Congresso) do teto de gastos.

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