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Bolsonaro apoia Guedes e defende teto de gastos

(Foto: Marcelo Camargo / Ag Brasil)

Na terça-feira (11), o ministro da Economia, Paulo Guedes, havia alertado sobre os riscos de o governo cair na tentação de gastar demais para reaquecer a economia. A abertura descontrolada dos cofres públicos funciona como um esteroide sobre a demanda. Turbina os negócios no curto prazo, gera empregos e aumenta a renda – e a popularidade do governante.

No entanto, assim como o efeito dos esteroides sobre o organismo é prejudicial no longo prazo, o aumento descontrolado de gastos também tem consequências indesejadas e graves sobre a saúde das contas públicas, da classificação de risco e da capacidade de investimento da economia. Ainda mais quando as contas públicas estão combalidas após uma recessão profunda, um impeachment e uma pandemia global.

As declarações de Guedes provocaram preocupação entre os investidores. Qualquer investidor com um pouco mais de experiência sabe que o discurso que começa com “um pouquinho de inflação não faz mal” invariavelmente termina com “precisamos aumentar impostos” e “o Brasil está mais longe do grau de investimento”. No entanto, no início da noite da quarta-feira (12), o presidente da República desanuviou os ânimos.

Em uma declaração ao lado de Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e de Davi Alcolumbre, presidente do Senado, Jair Bolsonaro defendeu o teto de gastos e manifestou sua aderência ao teto de gastos, aprovado há quatro anos pelo Congresso e que reduz a probabilidade de desvarios fiscais pelos próximos vinte anos.

É muito difícil saber se as declarações de Bolsonaro de fato refletem sua opinião sobre os rumos da política econômica, ou se foram apenas um aceno para sossegar as expectativas do mercado. Infelizmente, essa é uma dúvida que vai acompanhar os investidores de agora em diante. Nos Estado Unidos, país que nasceu de uma disputa fiscal entre a colônia e a metrópole, a estabilidade das contas públicas e o cuidado com o “taxpayer money” são levados a sério. E, mesmo assim, o governo americano tem de gerenciar um dos maiores déficits da história, ampliado pelas medidas de estímulo econômico destinadas a combater a pandemia do coronavírus.

No Brasil, a aderência à austeridade fiscal sempre foi uma política de alguns governos, não de Estado. Por isso, a declaração do presidente é importante. A política de contenção de gastos continua.

Pedidos de seguro-desemprego EUA
O número de pedidos iniciais de seguro-desemprego (“jobless claims”) nos Estados Unidos caiu para 963 mil na semana encerrada em 8 de agosto, bastante abaixo da expectativa, que era de 1,12 milhão de pedidos. A baixa foi de 228 mil pedidos em relação ao levantamento da semana anterior, informou o Departamento do Trabalho americano.

Serviços
O faturamento do setor de serviços avançou 5% na passagem em junho em relação a maio, e interrompeu uma sequência de quatro meses consecutivos de queda. Entre fevereiro e maio, a queda acumulada havia sido de 19,5%, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com junho de 2019, a queda é de 12,1%. Apesar do avanço de 5% em junho, o setor de serviços fechou o primeiro semestre de 2020 recuando 8,3% em relação ao mesmo período de 2019.

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