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Novo comando no Banco do Brasil

(Foto: Divulgação)

Tudo indica que André Brandão, ex-presidente do HSBC e atual head de Global Banking e Markets para as América do banco em Nova York, será o novo presidente do Banco do Brasil (BBAS3). Brandão viria para assumir o lugar de Rubem Novaes, que renunciou ao cargo inesperadamente no dia 24 de julho.

Apesar da escolha ter sido feita pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, e já tenha recebido o aval do Presidente da República, Jair Bolsonaro, o anúncio oficial pode demorar um pouco já que o executivo negocia uma saída amigável do HSBC.

Segundo fontes, dirigentes do Banco do Brasil já foram comunicados informalmente sobre a decisão. Após a formalização da indicação do executivo por Bolsonaro, a decisão será submetida ao comitê de exigibilidade do BB. Em caso de resposta positiva, o governo publica a indicação em Diário Oficial da União (DOU). Depois disso, a instituição financeira comunicará o nome do novo presidente em fato relevante.

A saída de Rubem Novaes pegou o mercado de surpresa. Entretanto, a escolha de André Brandão deve ser bem recebida devido ao alinhamento de ideias com o Ministro Paulo Guedes e com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Dessa forma, analistas do mercado esperam por um impacto positivo nas ações BBAS3 no curto prazo.

No último dia 24, Novaes entregou pedido de demissão ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Em fato relevante divulgado pelo BB, Novaes justificou seu pedido “entendendo que a companhia precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário.”

Na avaliação de especialistas, foi justamente essa expectativa de “renovação” que fez os investidores se controlarem nos últimos dias diante de um recuo de apenas 1% nas ações BBAS3 de lá para cá. Pouco diante da inesperada renúncia.

A principal preocupação de Novaes era a instituição não conseguir acompanhar a velocidade das mudanças em curso no mercado bancário, com maior concorrência no setor devido ao surgimento das fintechs, o open banking (sistema de compartilhamento de dados dos clientes) e as novas plataformas e formas de pagamento instantâneo.

O perfil do selecionado está alinhado ao de Campos Neto, e a expectativa é de que ele leve adiante o plano de venda de ativos do banco estatal. Foi justamente sob a gestão de Brandão que o HSBC foi vendido ao Bradesco.

Atualmente o governo federal detém 50% das ações BBAS3 e diversas decisões devem ser submetidas aos seus órgãos de controle, o que encarece e torna o processo decisório mais lento e burocrático.

Os números referentes ao segundo trimestre serão divulgados na próxima quinta-feira (6), antes da abertura do mercado. Assim como as ações dos demais grandes bancos, os papéis do BB (BBAS3) acumulam um retorno abaixo do Ibovespa em 2020, com queda de 35,5% ante queda de 11% do índice.

Além da volta da pauta “privatização” via venda de ativos, os principais catalisadores das ações do BB são: nível de rentabilidade (ROE), intensidade da queda do lucro líquido em 2020 e diminuição da distribuição de dividendos em 2020 (apenas 25% do lucro líquido).

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