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Vale reverte prejuízo e lucra R$ 5,3 bilhões no segundo trimestre

(Foto: Divulgação/Vale)

A Vale divulgou na quarta-feira (29), após o fechamento do mercado, seus números referentes ao 2T20. O resultado veio em linha com as expectativas em termos de receita líquida, Ebitda e geração de caixa.

Os preços mais altos do minério de ferro no segundo trimestre e a melhora da demanda chinesa garantiram lucro de R$ 5,289 bilhões para a Vale de abril a junho, revertendo o prejuízo registrado no segundo trimestre do ano passado e elevando o ganho em relação ao primeiro trimestre deste ano.

Um dos destaques positivos foi a retomada da política de distribuição de dividendos. A Vale aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) deliberado em dezembro de 2019 no valor de R$ 1,41 por ação a ser pago em setembro, o que equivale a um Retorno líquido do Provento de 1,9%. O último provento pago havia sido em setembro de 2018, antes do acidente de Brumadinho

A Vale deverá voltar a pagar dividendos/JCP mínimo a ser deliberado em setembro de 2020.

A geração de caixa operacional foi de US$ 277 milhões no período e, apesar de poder ser vista como positiva em um trimestre afetado pelo Covid-19, foi um destaque negativo, dado que está consideravelmente abaixo do seu potencial. A empresa teve sua geração de caixa impactada pela grande quantidade de vendas para a China no trimestre, o que levou a um consumo de US$ 1 bilhão de capital de giro. No entanto, este efeito deve se reverter nos próximos trimestres.

Em geral o resultado da Vale foi mediano e em linha com as expectativas. Porém, analistas esperam impacto positivo no preço das suas ações no curto prazo, pois a volta da política de distribuição de proventos antes do previsto pelo mercado marca mais uma etapa de superação da companhia após o desastre de Brumadinho. Em 2020, VALE3 avança 18,1%, desempenho bem acima do Ibovespa que recua 8,7%.

A receita líquida de US$ 7,5 bilhões (queda de 18% na comparação anual) já era esperada, pois a companhia já havia divulgado seu desempenho operacional na última semana indicando uma redução no volume de produção e vendas de minério e dos outros metais. Já o Ebitda ajustado (deduzindo despesas com Brumadinho e doações) foi de R$ 3,6 bilhões, em linha com as estimativas do mercado. A margem Ebitda fechou o período em 45%, 11 pontos percentuais a mais que no 2T19 e 4 pontos percentuais a mais que no 1T20.

O desempenho da sua unidade de minério de ferro melhorou no trimestre, embora permaneça bem abaixo do seu potencial em termos de volumes e custos. A divisão de Ferrosos teve um desempenho em linha às expectativas do mercado, com Ebitda de US$ 3,5 bilhões. As vendas totais de minério de ferro (finos + pelotas) foram de 61,6 milhões de toneladas, aumento de 4% na comparação trimestral. O resultado ainda não teve brilho, sendo impactado por retrocessos no Sistema Norte, impactos do Covid-19 e capacidades ociosas. Porém, no futuro os embarques devem melhorar substancialmente.

Do lado dos custos, o custo caixa C1 de minério de ferro da empresa cresceu mais uma vez, vindo em US$ 17,1 por tonelada, acima dos US$ 16,2 por tonelada reportados no 1T20. Os custos foram prejudicados devido aos efeitos antecipados no relatório do 1T20, tais como o consumo de estoques com custos médios de produção mais altos do 1T20 e impactos do Covid-19.

A Vale espera que o custo C1 de minério de ferro caia no segundo semestre de 2020 chegando a US$ 14,5 por tonelada. O número é US$ 0,5 por tonelada acima da orientação anterior da empresa para o mercado.

Os preços realizados de minério de ferro ficaram em linha as expectativas do mercado vindo em US$ 88,9 por tonelada. O valor, representa um leve desconto em relação aos preços médios de referência, que foram de US$ 93,3 por tonelada no período, mas é um bom nível de realização de preços.

A Vale fechou o 2T20 com sua dívida líquida praticamente estável em US$ 4,7 bilhões. Agora, a sua relação dívida líquida/Ebitda está em 0,3x, um número bem confortável.

Apesar do resultado mediano, a Vale segue beneficiada pelo cenário de forte demanda chinesa por minério de ferro e real desvalorizado. Após um primeiro semestre desafiador, a tendência é que o segundo semestre seja melhor, com maior volume de produção e vendas (ajudadas pela Sazonalidade), maior geração de caixa e mais proventos aos acionistas.

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