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Lucro da Localiza registra queda de 52,7% no segundo trimestre

(Foto: Divulgação / Localiza)

A Localiza reportou nesta quarta-feira (29), após o fechamento do mercado, seus números referentes ao 2T20. O resultado veio melhor que a expectativa do mercado, com um impacto da pandemia nos números menor do que as estimativas de alguns analistas.

O destaque positivo foi o seu Ebitda (métrica que reflete a geração de caixa operacional da empresa) de R$ 434,8 milhões no período, acima da expectativa da ordem de R$ 290 milhões. O resultado contou com um ganho não recorrente de R$ 126,3 milhões. Na outra ponta a empresa também teve gastos não recorrentes devido a pandemia da ordem de R$ 38,9 milhões.

Já o destaque negativo foi o consumo de caixa antes do crescimento de R$ 558,7 milhões, devido à redução da conta de fornecedores para renovação da frota em R$ 1,089 bilhão. Segundo a empresa, apesar da redução da frota em 14.347 carros, houve consumo de R$ 332,1 milhões para crescimento, devido ao pagamento das compras efetuadas em trimestres anteriores.

Por fim, a margem Ebitda negativa na divisão de seminovos e o aumento na depreciação marcaram negativamente os resultados do 2T20, muito embora já era esperado um resultado ruim por conta do fechamento das suas unidades principalmente em abril.

Apesar da queda nas principais linhas do resultado na comparação anual, esperamos que as ações da Localiza (RENT3) tenham desempenho superior ao Ibovespa nesta quinta-feira (30), visto que a empresa apresentou números acima do esperado pelo mercado e um resultado bom, considerando o cenário desafiador para o setor de locação de veículos no Brasil devido á pandemia.

No ano as ações da Localiza (RENT3) recuam 4,5%. O desempenho é superior ao do Ibovespa, que tem perdas de 8,7% e ao dos seus pares Unidas (LCAM3) e Movida (MOVI3), que apresentam queda de 18,3% e 16,8%, respectivamente.

O resultado operacional medido pelo Ebitda recorrente (desconsiderando os ganhos e despesas não recorrentes) foi de R$ 347,4 milhões no trimestre, acima das expectativas e alguns analistas e do consenso do mercado de R$ 280 milhões. Apesar de o número representar uma queda de 45% em relação ao 1T20 e de 31% em relação ao 2T19, achamos o número bastante positivo por vir acima do esperado.

O resultado veio melhor em função de receitas melhores que o esperado (20% acima do consenso do mercado) e também devido à melhor controle de custos por parte da empresa.

A divisão de Aluguel de Carros foi a que teve o resultado mais impactado. Sua receita caiu 30% na comparação anual e 46% em relação ao primeiro trimestre do ano.

A queda é explicada por uma retração de 8% na quantidade de diárias em relação ao 2T19 e queda de 31% na comparação com o 1T20, além de uma queda da ordem de 23% na tarifa média em relação ao trimestre e ano anterior.

A empresa conseguiu controlar de maneira exemplar os seus custos da divisão. Porém, como o aluguel de carros conta com uma vasta estrutura de lojas físicas o custo fixo ainda se manteve alto, o que levou o EBITDA ajustado da divisão a cair 56% na comparação anual, enquanto a receita caiu 30%. Com isso a margem Ebitda ajustada atingiu 27,6%.

A divisão de gestão de frotas, por sua vez, entregou resultados expressivos, com crescimento de 15% YoY da receita e 2% na comparação trimestral. Já o Ebitda ajustado da operação foi o principal destaque, visto que cresceu 11% em relação ao 1T20 e 21% ante o 2T19. O resultado é reflexo da resiliência da operação e também da capacidade de execução da empresa, que conseguiu entregar uma forte redução de custos no trimestre.

Já as vendas de Seminovos foram fortemente impactadas pelas medidas de restrição de mobilidade e pelo fechamento temporário de todas as lojas durante a maior parte do mês de abril. No 2T20 foram vendidos 19.736 carros, queda de 40,4% em relação ao 2T19. No Seminovos a empresa também viu recuperação dos volumes de venda mês a mês durante o trimestre.

As atenções do mercado estarão voltadas para a tendência de recuperação de seus volumes e diárias médias. Além disso, a Localiza deve apresentar um novo produto de aluguel de longo prazo em breve, o que deve impulsionar suas ações.

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