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Neoenergia: lucro líquido soma R$ 423 milhões no 2º trimestre

(Foto: Divulgação)

A Neoenergia, holding de energia controlada pela espanhola Iberdrola, registrou um lucro líquido de R$ 423 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 18% ante os R$ 519 milhões reportados na mesma etapa do ano passado.

A geração de caixa medida pelo Ebitda recuou 19%, na comparação com o registrado no segundo semestre do ano passado, passando de R$ 1,362 bilhão para R$ 1,106 bilhão.

A queda observada se deve aos impactos que a companhia – que controla as distribuidoras de eletricidade Coelba, da Bahia, Celpe, de Pernambuco, Cosern, do Rio Grande do Norte, e Elektro, de São Paulo e Mato Grosso do Sul – sentiu em decorrência da pandemia de covid-19. Com as medidas de distanciamento social, que obrigou a redução ou interrupção das atividades em diversas indústrias e comércios, diversas concessionárias de energia anotaram redução do consumo.

No caso do grupo Neoenergia, a redução da energia injetada foi da ordem de 8,95% no trimestre, para 15.119 GWh. Dentre as controladas, as quedas oscilaram entre 9,58%, no caso da Elektro, e 7,69%, no caso da Cosern.

Adicionalmente à redução do mercado, as distribuidoras também enfrentaram uma redução da arrecadação, provocada, em parte, pelo fechamento da rede de arrecadação, incluindo lotéricas e, no caso da Neoenergia, outras redes de comércio que também recebem os pagamentos.

Segundo a companhia, o volume de faturas em aberto por um prazo superior a 90 dias aumentou cerca de 20%. No total, a Neoenergia contabilizou um impacto de R$ 127 milhões com inadimplência no segundo trimestre, adicionais aos R$ 20 milhões já contabilizados no primeiro trimestre.

O presidente da Neoenergia, Mario Ruiz-Tagle, destacou que o impacto da covid-19 no segundo trimestre só não foi maior porque a companhia conseguiu reduzir em 8% as despesas operacionais, na comparação com igual etapa do ano passado, para R$ 711 milhões. Em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o executivo comentou que o desempenho reflete o programa de eficiência que a companhia vem desenvolvendo há algum tempo. Além disso, ele lembrou que por conta da pandemia, foram reduzidos custos com viagens, mas houve aumento de despesas operacionais com as mudanças feitas para evitar potencial contágio pelo novo coronavírus entre os funcionários da empresa.

O executivo também destacou a influência positiva do resultado financeiro, que ficou negativo em R$ 169 milhões no segundo trimestre, ante R$ 371 milhões um ano antes, refletindo a redução da taxa de juros e da inflação.

A receita operacional líquida totalizou R$ 6,580 bilhões no segundo trimestre, frente os R$ 6,573 bilhões anotados nos mesmos meses de 2019. Ruiz-Tagle explicou, no entanto, que essa linha reflete as faturas da companhia considerando os reajustes nas tarifas obtidos em abril, mas que foram diferidos até julho. “Tem receita, mas não é caixa”, afirmou.

Por Luciana Collet

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