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BTG atrai escritórios de agentes autônomos da XP

(Foto: Divulgação)

Após captar R$ 2,65 bilhões por meio de uma oferta subsequente de ações (follow-ow), o Banco BTG Pactual (BPAC11) conseguiu, na última semana, atrair quatro escritórios de agentes autônomos da XP para dentro da sua base. Um deles foi o EQI Investimentos, um dos maiores e mais conhecidos escritórios que carregavam a bandeira da XP no Brasil, contando com cerca de R$ 9 bilhões em ativos sob custódia.

Segundo estimativas, o valor total de ativos sob custódia destes escritórios chega a R$ 13 bilhões, representando cerca de 3% do total de ativos que a maior corretora do Brasil possui.

Diferente das medidas adotadas por outras corretoras concorrentes no passado próximo que, descapitalizadas e sem uma estratégia capaz de oferecer algum benefício adicional aos assessores autônomos de investimento (AAI) a ponto da troca ser vantajosa, o BTG Pactual tem buscado atacar as principais demandas dos seus potenciais clientes, fazendo-os ponderar a possibilidade de alterar a sua corretora-mãe.

Devidos às regras da CVM, os escritórios de Agente Autônomos não podem ter sócios investidores, o que desencadeia a uma série limitações do ponto de vista societário. Uma das principais queixas está associada à herança, pois no caso de morte de um sócio de escritório de Agente Autônomo não é possível deixar a parcela correspondente aos seus herdeiros.

Aparentemente o BTG Pactual (BPAC11) irá dar suporte aos agentes nesta questão, “driblando” a regulamentação e auxiliando-os a se tornarem corretoras do tipo participação de negociação (PN), uma estrutura que, em geral, é bem mais simples que uma corretora de corretora participante de negociação pleno (PNP). Em troca, o BTG Pactual ficará com uma participação nestas corretoras.

A notícia é positiva para os investidores do BTG Pactual e negativa para os da XP Inc. (XP), cujas ações são negociadas na bolsa dos Estados Unidos (Nasdaq). Contudo, como tal assunto ficou mais evidente na semana passada, a aposta dos analistas é de que estas informações já estão no preço e esperam um impacto neutro da notícia no preço das ações do BTG (BPAC11) e da XP na sessão desta segunda-feira (20).

Na última sexta-feira (17) as ações da XP chegaram a cair mais de 4% durante o pregão, mas fecharam praticamente estáveis. Já as ações do tipo unit do BTG (BPAC11) fecharam em alta de 3,55, ante valorização de 2,3% no Ibovespa.

Para analistas, o desempenho abaixo do índice brasileiro e a volatilidade nos preços das ações da XP na sexta-feira não estão associados ao impacto que a saída destes escritórios traz nos seus resultados, visto que a perda de R$ 13 bilhões em custódia não traz impactos relevantes no seu lucro projetado em 2020. Tal comportamento refletiu uma maior percepção de risco com o modelo atual da XP, visto que a partir de agora ela não detém mais a hegemonia “anti-bancos tradicionais” no Brasil.

Esta mesma lógica explica a alta no preço das ações do Banco BTG Pactual (BPAC11). Mesmo que por ora os R$ 13 bilhões não sejam capazes de aumentar de forma substancial o lucro deste ano, ele é simbólico e demonstra o poder de fogo que o Banco passará a ter para fazer frente à XP.

Para o investidor Pessoa Física a notícia pode ser considerada como benéfica, pois o aumento na concorrência neste mercado significará uma necessidade crescente das instituições em melhorar o atendimento aos seus clientes.

Os analistas avaliam ainda, sobretudo, que este mercado está em amplo crescimento no Brasil mas que no médio prazo haverá uma consolidação das plataformas de investimentos atuantes no cenário atual. Ao que tudo indica, a XP e o BTG estarão à frente neste processo, e acreditamos que haverá espaço para o sucesso de ambas no mercado brasileiro.

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