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IRB Brasil: a tempestade continua

(Foto: Divulgação)

Sob nova direção e em meio a um quadro de incertezas, a empresa de resseguros IRB Brasil RE (IRBR3) tem um problema de R$ 2,1 bilhões para resolver. O montante é referente ao desenquadramento de reservas técnicas apontado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e confirmado pela própria companhia durante a divulgação do resultado de seu primeiro trimestre de 2020.

Para resolver este problema, a companhia precisará necessariamente de uma capitalização e já inclusive convocou os acionistas Bradesco BBI e Itaú BBA para colocar isso de pé. Os dois são os principais acionistas da empresa e, recentemente, abriram mão do direito de indicar conselheiros.

Como ainda há expectativa de revisão de números e a nova administração do IRB demonstrou a dificuldade de melhorar a visibilidade operacional da companhia, atrair investidores tende a ser difícil, ainda que com um eventual apoio do Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), seus principais sócios. Dessa forma, seguimos pessimistas com a companhia no curto prazo.

O Itaú, que tem 11,14% das ações, afirmou que tem a intenção de participar do aumento de capital de modo a manter inalterada sua participação no IRB. E considerará subscrição adicional, caso seja necessária. No entanto, o Bradesco que tem 15,23 por cento das ações, não comentou.

O IRB mostrou na revisão de resultados que é uma empresa muito menos lucrativa do que a apresentada pela administração antiga. Como o pagamento de bônus aos executivos era baseado na valorização das ações, este era um dos principais interesses da gestão anterior.

Como está ficando cada vez mais claro, a busca pela valorização das ações a todo custo se deu muitas vezes através de ferramentas ilegais e antiéticas.

Na última quarta (1º), o ressegurador convocou assembleia para acionistas aprovarem a abertura de uma ação contra os antigos CEO, José Carlos Cardoso, e CFO, Fernando Passos. Foi a primeira vez a empresa citou o nome de ambos oficialmente. Eles estão envolvidos na divulgação de lista de acionistas falsa (que citava a Berkshire Hathaway como acionista), no recebimento de bônus indevidos e na recompra de ações desrespeitando limites aprovados.

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