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Lucro líquido da Engie registra queda de 9,5% no primeiro trimestre

(Foto: Assessoria/Arquivo)

O resultado da Engie Brasil (EGIE3) foi regular e veio em linha com o esperado em termos de receita líquida e de geração de caixa medida pelo Ebitda. No entanto, o lucro líquido ficou um pouco abaixo do previsto, devido ao aumento das despesas financeiras.

Do lado positivo, o crescimento da receita foi principalmente impulsionado pela entrada da companhia no segmento de transmissão de energia, segmento em que os resultados são mais estáveis quando comparados com as demais atividades do setor. Já os principais destaques negativos foram a queda da margem Ebitda e o aumento dos custos operacionais.

Além disso, com a evolução da Covid-19, o Conselho de Administração da companhia reavaliou a proposta de pagamentos de dividendos complementares ao fim de 2019 e propôs a retenção do valor integral de R$ 949,7 milhões (R$ 1,1640 real), para preservar o caixa da empresa para fazer frente à pandemia.

Com isso o payout (percentual do lucro distribuído sob a forma de dividendos) de 2019 caiu de 100% para 56,85. No entanto, mesmo assim, o payout mínimo de 55% previsto na política de dividendos foi respeitado.

O lucro líquido abaixo do esperado e o anúncio da retenção do pagamento de dividendos devem causar um impacto levemente negativo no preço das ações da Engie Brasil (EGIE3) no curto prazo.

A quantidade total de energia vendida cresceu 4,7% no trimestre, como resultado da entrada em operação comercial da Pampa Sul e de Umburanas – Fase I, do aumento observado no consumo de clientes livres e do aumento no volume de compras para revenda.

A empresa reportou uma receita operacional líquida de R$ 2,6 bilhões no primeiro trimestre de 2020, crescimento de 10,9% comparado com o mesmo período do ano passado.

Já o Ebitda (métrica para verificar a geração de caixa operacional do negócio) foi de R$ 1,3 bilhão, com crescimento de 9,85%. A margem Ebitda recorrente caiu para 56,5%, abaixo dos 59,8% no primeiro trimestre de 2019.

Os custos operacionais atingiram R$ 1,5 bilhão, aumento de 22% em relação ao mesmo período de 2019.

Na última linha, o lucro líquido foi de R$ 512 milhões, representando uma queda de 9,5% em relação a 2019. Essa queda no lucro pode ser explicada principalmente pelo aumento de R$ 178,2 milhões nas despesas financeiras.

O nível de endividamento, medido pela relação dívida líquida/Ebitda era de 2,1 vezes em março de 2020, patamar de alavancagem ainda bastante confortável. Hoje a companhia possui R$ 4,2 bilhões em caixa enquanto possui R$ 3,3 bilhões vencendo nos próximos 12 meses.

Conforme o esperado, o setor de geração de energia dificilmente sofreria um impacto forte a ponto de comprometer as receitas da empresa. Logo, boa parte da sua geração de caixa operacional já estava garantida mesmo diante do contexto de pandemia.

A Engie vem cada vez mais buscando a consolidação do seu posicionamento como uma “plataforma de investimentos em infraestrutura de energia”, atuando em outras frentes além da geração de energia, setor na qual ela é o maior player privado no País.

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