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Setor Aéreo registra queda de 91% em maio

(Foto: Shutterstock)

De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), o transporte aéreo de passageiros de voos domésticos caiu 91% em maio na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a oferta de assentos no período caiu 89,6%, enquanto a taxa média de ocupação fechou o mês em 70,8%, redução de 10,9 pontos percentuais.

Ainda segundo a fonte, o resultado é o segundo pior de toda a série de dados, que foi iniciada em 2000. Os números de maio ficam atrás apenas de abril deste ano, quando foi registrado recuo de 93% devido ao pico de isolamento no Brasil.

O melhor desempenho relativo foi da Azul, que alcançou 43,8% de participação de mercado no período, um incremento de 18,3% e uma redução de passageiros de 85,9%. Já para a Gol a retração foi de 92,7% e a sua fatia de mercado ficou em 31%, queda de 7,6 pontos percentuais em relação a maio do ano passado. Por fim, a Latam recuou 93,6% em termos de transporte de passageiros no Brasil, reduzindo sua participação de mercado em 10,31 pontos percentuais para 25,2%.

Analistas esperam impacto negativo para as ações das companhias aéreas no curto prazo, com impacto menos negativo para a Azul (AZUL3), que ganhou participação de mercado, do que para a Gol (GOLL4). Esse resultado operacional negativo de maio era esperado, mas a alta do preço do petróleo nesta manhã coloca um vento contra a mais nas ações do setor na sessão de hoje.

O setor aéreo apresenta um dos piores desempenhos relativos das companhias que integram o Ibovespa em 2020, com a Azul (AZUL4) recuando 64,6% no ano e segundo pior desempenho do índice e a Gol (GOLL4) apresentando queda de 51,2%, na sexta posição de piores desempenhos no ano.

As condições de mercado adversas para o setor aéreo podem ser consideradas sem precedentes. Mesmo com uma leve melhora em maio em relação a abril e um evidente incremento na oferta e demanda de voos nas últimas semanas, a crise causada pela pandemia poderá levar a uma série de consequências sérias para o setor. Recentemente, a Latam apresentou seus planos de Recuperação Judicial nos Estados Unidos e em algumas filiais das américas.

O principal risco é a velocidade da queima de caixa durante a crise, que pode levar as companhias à insolvência sem captações de recursos em condições especiais. Para tal, o governo vem estudando um pacote de auxílio para o setor de R$ 4 bilhões envolvendo o BNDES, o sindicato dos bancos e o mercado de capitais brasileiro.

O principal catalisador das ações aéreas são: risco de uma segunda onda de contaminação, que levaria a medidas mais restritivas em termos de isolamento e o ritmo/formato da recuperação econômica, cuja dinâmica também está associada à propagação do vírus.

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