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Acordo China x EUA concentra as atenções do mercado

(Fonte: AFP/Arquivo)

O acordo comercial entre China e Estados Unidos deverá permanecer como o principal fator de movimentação dos mercados, ao lado de notícias de novos estímulos por parte dos principais bancos centrais. Na segunda-feira (22) as bolsas oscilaram devido a uma entrevista concedida à Fox News por Peter Navarro, um dos principais assessores do governo americano nas tratativas comerciais. Na entrevista, Navarro disse que o acordo com a China estava “terminado”, causando instabilidade nos preços dos ativos. Porém, mais tarde na própria segunda-feira, Navarro disse que suas declarações haviam sido tiradas de contexto. E o próprio Donald Trump esclareceu que o acordo estava “totalmente intacto” e disse esperar que o governo chinês continue cumprindo sua parte no que foi combinado.

A expectativa é que China e Estados Unidos mantenham os termos duramente negociados ao longo de 2019, com os chineses importando até 200 bilhões de dólares em produtos agrícolas americanos. O acordo é sólido. No entanto, o impacto da pandemia do coronavírus sobre as economias chinesa e americana pode colocar em risco o cumprimento de todas as cláusulas. Esse é um risco que vem sendo acompanhando de perto pelos investidores, e os comentários de Navarro dispararam uma reação muito forte nos preços dos ativos.

No entanto, a manhã desta terça-feira mostra uma trajetória de recuperação. Os índices subiram levemente na Ásia, com o Hang Seng, da bolsa de Hong Kong, avançando 1,6 por cento e liderando as altas na região. A alta na Europa é mais pronunciada, com o índice alemão Dax subindo mais de 2 por cento e o britânico FTSE avançando cerca de 1,5 por cento.

Ata do Copom

Na manhã desta terça-feira, o Banco Central (BC) divulgou a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada nos dias 16 e 17 de junho, que reduziu a taxa referencial de juros Selic para 2,25 por cento ano. Pela ata, o BC espera uma contração maior da economia no segundo trimestre e uma inflação abaixo da meta. No entanto, para o BC, o Estado brasileiro tem pouco espaço para implantar políticas de estímulo à economia. Se exagerar na dose dessas políticas haverá inflação. Por isso, o Comitê foi claro. “O Copom entende que, neste momento, a conjuntura econômica prescreve estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que o espaço remanescente para a utilização de política monetária é incerto e deve ser pequeno.” Ou seja, será difícil ver uma queda significativa dos juros de agora em diante.

Indicadores

A retomada das atividades econômicas já aparece nos índices de inflação. A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou, na manhã desta terça-feira, que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) do período encerrado em 22 de junho de 2020 foi de 0,09 por cento, ficando 0,22 ponto percentual acima da taxa registrada na última divulgação.

A FGV divulgou também as expectativas dos consumidores para a inflação dos próximos 12 meses. A Fundação observou que a expectativa ficou estável em 4,8 por cento em junho, ainda no menor patamar histórico.

Em tempos de liquidez elevada, as oscilações nos preços dos ativos tendem a se amplificar. Mesmo assim, a trajetória permanece positiva, com expectativas positivas de reabertura das economias. Tanto os contratos futuros de Ibovespa quanto os contratos futuros do índice americano S&P 500 avançam de maneira significativa nesta manhã.

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