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Construção civil mantém demanda por aço longo

(Foto: Divulgação)

O consumo de aço longo, subtipo utilizado no setor da construção civil, deve ser o menos afetado pela desaceleração da economia devido à resiliência do setor e à não paralisação das obras, que foram consideradas como serviços essenciais pelos decretos estaduais e municipais.

De acordo com dados da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), 95% das obras que são mapeadas pela organização permaneceram em andamento durante o pico de isolamento por conta da pandemia.

Considerando ainda o segmento residencial, cuja demanda por aços longos corresponde a aproximadamente um terço do total, praticamente não houve impacto na operação. A expectativa dos executivos do setor, portanto, é de crescimento de 5% nas vendas diretas para as construtoras, ao contrário do consumo total mercado, no qual é esperada uma redução de 20% na demanda.

Na quarta-feira (17) a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) (CSNA3) comunicou aos seus clientes um aumento de 10,5% no preço dos aços planos já a partir do próximo mês. O ajuste busca repassar o aumento na cotação do dólar e nos preços do minério de ferro, que estão acima dos US$ 100 por tonelada.

A notícia é positiva para as ações das siderúrgicas no Brasil, em especial à Gerdau (GGBR4/GOAU4), que é uma das maiores fornecedoras da matéria-prima nas Américas e é especializada em aços longos. Já para a CSN (CSNA3) e para a Usiminas (USIM5) a notícia também é positiva, mas com menor impacto pois as empresas produzem aço plano utilizado no setor automobilístico que está sofrendo mais que o setor de construção civil.

As companhias vêm ligando novamente os seus fornos para retomar a produção e fazer recomposição de estoques, dada a expectativa da retomada do consumo com a diminuição nas políticas de restrição no Brasil e nos demais países compradores.

No ano as ações da Gerdau (GGBR4) caem 26,3%, enquanto a Usiminas (USIM5) recua 28,2% e a CSN (CSNA3), 20,8%. Os desempenhos das ações do setor são inferiores ao do Ibovespa, cujas perdas são de 17,4% no acumulado de 2020.

As ações da Gerdau (GGBR4) fecharam em forte alta de 9,2% na terça-feira (16), bem acima do desempenho do Ibovespa que subiu por 1,25%.

No curto prazo a construção civil vive um período bastante resiliente no contexto econômico atual e vem sendo um importante trunfo para o setor da siderurgia, o que deve limitar a queda no consumo de aço longo no ano a perdas de até 15%.

Para analistas, a tendência é que o maior impacto seja sentido nas vendas de aços planos e especiais, devido ao maior impacto na indústria automotiva e industrial.

O catalisador das ações do setor será o ritmo da retomada da atividade econômica e o “formato” da recuperação, algo que vem sendo bastante discutido, mas que segue deixando muitas dúvidas e com pouca visibilidade.

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