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Cenário político segura os ganhos da Bolsa, que fecha com leve alta; dólar fica a R$ 5,37

(Foto: Divulgação)

A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou apenas com alta marginal de 0,60%, aos 96.125,24 pontos, nesta quinta-feira, 18, em um dia marcado pelo conturbado cenário político do País, com a prisão do policial militar aposentado Fabrício Queiroz e a saída de Abraham Weintraub do governo. O cenário local de incerteza, somado ao recente corte da Selic, afetou ainda mais o dólar, que subiu pelo sétimo dia consecutivo e encerrou cotado a R$ 5,3708, uma valorização de 2,09%.

Hoje, o mercado acompanha tenso a prisão de Queiroz, ex-assessor do gabinete de Flávio Bolsonaro e homem próximo da família Bolsonaro. A esse cenário, se soma agora a saída de Weintraub do Ministério da Economia, após ficar 14 meses no governo e acumular polêmicas no comando da pasta. A expectativa é que o atual secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, nome ligado ao guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho. % (aon

Com isso, os ganhos do Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, foram mais enxutos nesta quinta, após o movimento de alta visto no pregão anterior, quando encerrou com alta de 2%. Nem mesmo o corte da Selic para 2,25%, já esperado pelo mercado, conseguiu fortalecer a Bolsa, que ainda viu a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do País despencar para 9,73% em abril, segundo apontou o Banco Central.

Contudo, apesar da alta marginal, o índice conseguiu reverter o movimento de queda visto pela manhã, logo após a prisão de Queiroz, quando a B3 cedia 1%, aos 94.697,53 pontos. Na máxima, apoiada pela alta de algumas ações, ela subia aos 97.109,54 pontos. COm os resultados de hoje, o Ibovespa acumula ganho de 3,59% na semana e de 9,98% no mês. No ano, ainda cede 16,88%.

Entre as maiores altas desta quinta, está Itaú Unibanco, com 3,29% – um dos únicos bancos a fechar em alta, ao lado do BTG, que teve alta de 9,12%. Também subiram Cielo, com 8,69% (ainda beneficiada pela parceria com o WhatsApp) e SulAmerica, com 4,55%.

Câmbio
As incertezas do cenário político local pressionam o dólar nesta quinta, que ao contrário da B3, não é favorecido pelo corte da Selic. Com a redução da taxa para 2,25% ao ano, o País se torna menos atrativo para os investidores estrangeiros, o que diminui a circulação da moeda em solo brasileiro.

Na máxima do dia, em sintonia com a saída de Weintraub, a moeda subia a R$ 5,3843, uma alta de 2,35%. Em apenas sete dias, a moeda já acumula alta de 10% no Brasil. Países emergentes da América da Latina, como Chile e México, também foram pressionados pela divisa.

Além disso, as declarações do presidente do Federal Reserve, (Fed, o Banco Central americano) de St. Louis, James Bullard, também gerou tensão no câmbio. Hoje, ele disse que dados econômicos sugerem que o mês abril foi o pior momento da crise nos Estados Unidos, mas que os riscos de uma depressão econômica no futuro ainda são muito altos.

Petróleo
O dia foi favorável para a commodity nesta quinta, que terminou o dia com ganhos. Nesta quinta, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), destacou a importância do acordo de corte na produção de petróleo, alcançado em abril, para a estabilização do ativo e recuperação econômica. A isso, se soma a declaração do ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, que traça um equilíbrio para o mercado ainda no final deste ano.

Em resposta, o barril do WTI para agosto, referência no mercado americano, fechou com alta de 2,20%, a US$ 39,05. Já o Brent para agosto, referência no mercado europeu, encerrou com ganho de 1,97%, a US$ 41,51 o barril.

Contexto internacional
O dia foi de medidas de incentivo na Ásia. Pela manhã, no horário local, o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) informou que reduziu a taxa de juros de contratos de recompra de títulos (repos) reversa de 14 dias, de 2,55% para 2,35%. O PBoC também injetou 70 bilhões de yuans (US$ 9,88 bilhões) no mercado monetário, com o objetivo de manter a liquidez estável no fim do primeiro semestre do ano.

Porém, o clima ainda é de preocupação com o coronavírus no exterior. Em Pequim, voos foram cancelados, escolas precisaram ser fechadas e bairros já estão sendo isolados, devido ao aumento de novos casos na região. Já nos EUA, vários Estados registraram aumento de casos em meio ao processo de reversão das medidas de isolamento./MAIARA SANTIAGO E LUÍSA LAVAL

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