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Oi renegocia dívidas e vende ativos

(Foto: Divulgação)

Conforme anunciado no seu plano de aditamento entregue na segunda-feira (15) a Oi (OIBR3, OIBR4) quer liquidar o saldo devedor das suas dívidas com os bancos e com as agências de crédito à exportação (ECAs) com descontos de 60% no valor de face.

Em março, o valor devido a tais instituições era de R$ 4,8 bilhões e R$ 3,4 bilhões, respectivamente, o que somados representam mais de 33% do total do endividamento bruto da companhia.

Além disso, a empresa quer reduzir em 50% o valor da sua dívida com Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), cujo montante devido é de aproximados R$ 12 bilhões.

De acordo com o plano de recuperação judicial original, os valores devidos à agência reguladora seriam pagos por um prazo de 20 anos e corrigidos pela Selic.

Por fim, a Oi aceitou uma proposta da Piemonte para negociação de cinco centros de dados por um valor de R$ 325 milhões, com recebimento de R$ 250 milhões à vista.

Como de praxe, os eventos acima dependem da aprovação da assembleia geral dos credores e aos demais trâmites associados à natureza das operações e ao contexto da recuperação judicial.

Ambas notícias são positivas para a Oi e, uma vez aprovadas e concluídas, podem significar um passo importante em direção ao sucesso no seu turnaround e uma possível saída do estado de Recuperação Judicial.

Dessa forma, analistas esperam impacto positivo no preço das ações (OIBR3, OIBR4) no curto prazo, pois a estrutura jurídica escolhida pela companhia para o processo de venda de ativos através da constituição de unidades produtivas isoladas (UPI’s) fornece uma “blindagem” contra dívidas e eventuais contingências que devem ficar com a Oi.

O intento da companhia é reduzir o seu nível de endividamento e alavancagem ao renegociar o valor das suas dívidas ou gerando caixa por meio da venda de ativos, como vem fazendo nos últimos anos. Uma vez feito isso, ela conseguiria acessar com mais facilidade o mercado financeiro para captação de recursos e equacionamento da dívida atual.

Para viabilizar e facilitar tais operações, a proposta de aditamento prevê a divisão da companhia em 4 áreas: Ativos Móveis, Torres, Data Center e InfraCo, com intenção de venda das três primeiras.

O plano da companhia é levantar até R$ 15 bilhões com a unidade de telefonia móvel.

Em março o endividamento bruto da companhia era de R$ 24,2 bilhões e posição de caixa de R$ 6,3 bilhões, com relação dívida líquida sobre Ebitda de 5,7x.

Trimestre após trimestre a Oi vai vendo a sua situação econômico-financeira se deteriorar, com geração de caixa operacional insuficiente para cobrir toda a necessidade de investimento no segmento de fibra ótica, que é o ponto-chave do seu plano estratégico para voltar a ser um negócio com potencial de competição no mercado de telecomunicações nacional.

O processo de renegociação de dívidas e venda de ativos é essencial para a Oi recuperar a sua capacidade de investimento. Segundo o CEO da Oi, Rodrigo Abreu, a companhia pretende investir de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões em 2022 para a expansão da rede de fibra ótica.

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