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Copom e discurso de Powell concentram as atenções do mercado

(Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

A quarta-feira (17) será um dia em que as atenções estarão voltadas para os Bancos centrais, no Brasil e nos Estados Unidos. Por aqui, a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) vai sancionar um novo corte nos juros. As apostas são de uma queda de 0,75 ponto percentual na taxa referencial Selic, que vai cair dos atuais 3% para 2,25%. Porém, a questão é se esse será o fim do processo de corte da Selic, ou se essa jornada prosseguirá mais um pouco.

Há razões para que o Copom não pare por aí. Os dados mostram o desaquecimento da economia real. Nesta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma forte queda no setor de serviços (leia mais abaixo). Na terça-feira (16), o Instituto havia informado uma queda de 16,8 por cento nas vendas do varejo em abril. Esses números desaconselham qualquer gradualismo da autoridade monetária na adoção de uma política expansionista (ou “estimulativa”, como gosta de escrever o redator das atas do Copom).

Nos Estados Unidos, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (FED, o banco central americano) terá seu segundo dia de depoimento diante do Parlamento. Na terça-feira (16), primeiro dia de depoimento, Powell reconheceu que “o pior já passou” para a economia dos Estados Unidos, mas ele voltou a alertar os parlamentares de que a recuperação do nível de atividade será lenta e instável, apesar dos indicadores de retomada das atividades tanto no varejo quanto na produção industrial americanas.

No caso do Copom, não há dúvidas no corte dos juros. O que os investidores esperam ansiosamente é o comunicado que deve acompanhar a notícia do corte da Selic. Sua intenção é decifrar as entrelinhas do texto, para saber se o Copom está discutindo cortes mais profundos na Selic nos próximos meses, ou se reconhece que o nível de atividade já chegou ao fundo do poço e agora é questão de esperar para ver quanto o remédio do dinheiro mais barato vai atuar para recompor a saúde da economia.

Indicadores

O setor de serviços recuou 11,7% em abril em comparação com março, ainda sob forte influência das medidas de distanciamento social para conter a pandemia do coronavírus, informou nesta manhã o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou a da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). Foi o terceiro recuo consecutivo do nível de atividades, e também foi a queda mais intensa desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 2011. A PMS indica que o setor acumula uma perda de 18,7% nos últimos três meses. Todas as cinco atividades pesquisadas tiveram quedas recordes, com destaque para transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-17,8 por cento) e serviços prestados às famílias (-44,1 por cento).

Internacional

Além da atenção voltada aos banqueiros centrais, os olhares dos investidores estarão voltados para a tensão entre a Índia e a China. As duas nações mais populosas do mundo trocaram tiros devido a uma disputa de fronteira. Pelo menos 20 soldados indianos morreram em um confronto entre tropas chinesas e indianas em uma região disputada da cordilheira do Himalaia. O confronto ocorreu quando as forças indianas tentaram verificar se a China havia cumprido uma promessa de desocupar territórios fronteiriços disputados.

As ações no Brasil e nos Estados Unidos começam o dia com leves altas, na expectativa de que os comunicados e as declarações dos Bancos centrais virão ao encontro das expectativas. Apesar de não se descartar uma certa volatilidade durante o pronunciamento de Powell, a tônica geral é positiva no início dos negócios.

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