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Ibovespa se ajusta aos EUA e volta a fechar semana em queda

A Bolsa brasileira foi beneficiada nesta sexta-feira, 12, pelos resultados nos Estados Unidos, que fizeram com que a queda do mercado depois do feriado fosse menos intensa do que se imaginava. Em um dia marcado pelo vaivém dos ativos no exterior depois do tombo do dia anterior, no entanto, a B3 e o real interromperam uma sequência de três semanas de ganhos.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa, caiu 2,00%, aos 92.795,27 pontos, e acumulou baixa de 1,95% na semana. O dólar à vista subiu a R$ 5,0426, alta de 1,04% em relação à sexta-feira passada.

Os ativos domésticos seguiram também de olho na política local, onde o cenário se desanuviou com a aproximação entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o chamado Centrão no Congresso, após a indicação do deputado federal Fábio Faria (PSD-RN) ao Ministério das Comunicações.

O investidor doméstico fica de olho ainda na reabertura gradual no Brasil e nos números da pandemia. No mercado de juros, as taxas pouco se mexeram, já em compasso de espera em relação à pesada agenda da próxima semana.

“Neste momento começamos a chegar em alguns suportes. Ainda é difícil saber onde parar, mas se o mercado se mantiver entre 84 e 90 mil pontos, onde começou a tendência de alta, teremos algumas oportunidades de compra”, diz Fernando Góes, analista técnico da Clear. “Graficamente o mercado não apresenta um movimento de baixa, apenas uma correção natural em relação à última alta. Deve manter essa tendência de alta olhando o curto prazo”, acrescenta.

“A liquidez global tende a prevalecer e isso foi o que o mercado mostrou hoje – não está com jeito de que vai realizar muito, de que vai seguir em queda”, observa Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante. Na quarta-feira, “o Fed deu uma pontuada no mercado, uma baixada de bola no sentido de evitar bolhas – estava demais mesmo, dada a liquidez”, que, quando muito disponível, pode resultar em excessos e distorções nos preços dos ativos, acrescenta Bevilacqua.

Ações de commodities, bancos, siderúrgicas e de infraestrutura também tiveram perdas generalizadas na sessão, mas relativamente moderadas ao fim, com destaque para Petrobras PN (-3,74%), Usiminas (-6,97%), Banco do Brasil (-2,51%) e Cemig (-4,17%). Poucas ações do Ibovespa fecharam o dia em alta, com destaque para Minerva (+2,35%) e Marfrig (+2,22%), exportadoras de proteína que se beneficiam com a apreciação do dólar, que voltou hoje a ser negociado acima de R$ 5 – em alta de 2,17% no fechamento do spot, a R$ 5,0426, acumulando alta de 1,04% na semana. Na ponta do Ibovespa, Carrefour subiu hoje 2,72%.

O giro financeiro totalizou R$ 35,4 bilhões, em uma semana na qual permaneceu acima de R$ 30 bilhões a cada sessão. No mês, o Ibovespa limita a alta a 6,17% e na, semana, passa a terreno negativo, em baixa de 1,95% no período, após três semanas de ganhos consecutivos e ascendentes (de 5,95%, 6,36% e 8,28%) No ano, o índice cede agora 19,76%.

Cenário externo. Até o meio da tarde, certa cautela residual da véspera era ancorada em um relatório do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) que reforçou o tom pessimista em torno dos efeitos da pandemia de covid-19 na economia dos Estados Unidos e no mundo, ressoando declarações do presidente da instituição, Jerome Powell, anteontem.

Porém, também houve certo fôlego de uma parte do mercado que considerou os movimentos de ontem muito fortes. A virada de humor, contudo, veio em meio a declarações de líderes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que afirmaram que os países “não necessariamente” enfrentarão uma segunda onda de novos casos de novo coronavírus depois da reabertura econômica.

Ao fim da sessão, o índice Dow Jones, da bolsa de Nova York, teve alta de 1,90%, o S&P 500 de 1,31% e o Nasdaq de 1,01%. Na véspera, para efeito de comparação, os mergulhos haviam sido de -6,90%, -5,89% e -5,27%.

Na Ásia, o índice Sanghai SE ficou praticamente estável, com pequena variação negativa de 0,04% e o Hang Seng Index, de Hong Kong, recuou 0,73%. Já o Nikkei 225, de Tóquio, registrou variação negativa de 0,75%.

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