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CSN e Minerva reestruturam dívidas e melhoram caixa

(Foto: Shutterstock)

A CSN e a Minerva anunciaram nesta segunda-feira (8) aos investidores que concluíram negociações para reduzir o custo do seu endividamento e aumentar o prazo de vencimento.

A CSN, que na semana passada já havia conseguido renegociar o vencimento de dívidas de R$ 1,4 bilhão com o Banco do Brasil, anunciou na segunda-feira que as renegociações com a Caixa Econômica Federal foram bem sucedidas e que o pagamento de R$ 300 milhões que venceriam esse ano foi distribuído entre 2021 e 2024.

A Minerva realizou o pré-pagamento de dívidas de US$ 100 milhões, utilizando recursos captados em Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA). Com isso a companhia trocou uma dívida remunerada a dólar mais 7% (se considerarmos os custos da realização de hedge a dívida ficava em 11%) por dívidas remuneradas a CDI + 5,4% e IPCA + 5,75%.

Em momentos de incerteza e crise, nada melhor do que ter caixa. O mantra dos investidores é que nesses momentos, “o caixa é o rei”. Porém, além dele, ter um perfil de dívidas saudáveis é outro ponto fundamental para a saúde de uma empresa. E nesses momentos, trocar dívidas mais caras por mais baratas ou conseguir renegociar vencimentos de curto prazo para prazo maiores é uma estratégia positiva por parte das empresas.

As estratégias das duas companhias parecem acertadas e analistas esperam impacto positivo no preço das ações (CSNA3 e BEEF3) no curto prazo. A melhora do perfil da dívida, seja via diminuição do seu custo de capital ou através do alongamento do prazo de pagamento é importante nesse momento.

As ações da CSN (CSNA3), assim como todo o setor de siderurgia, vêm performando de forma bastante positiva desde meados de maio, impulsionado pelo aumento do preço do minério de ferro que está acima dos US$ 110 por tonelada. As ações da CSN fecharam em forte alta de 17% nesta segunda-feira (8) na B3, bem acima do Ibovespa com valorização de 3,2%.

Adicionalmente, dados que demonstram que a demanda interna por aço plano ainda não foi tão impactada como era projetado e que a China está com suas usinas a todo vapor foram os principais catalisadores desse movimento.

Entretanto, a situação da companhia não é das mais confortáveis em termo de alavancagem financeira, com uma dívida líquida/EBITDA de 4,78 vezes no fim de março de 2020, porém com a melhora no preço do aço e uma renegociação importante de vencimentos no curto prazo a companhia consegue respirar.

A Minerva (BEEF3) conseguiu diminuir seus custos com o pré-pagamento de suas dívidas em dólares. O que os analistas consideram bastante positivo, ainda mais se considerarmos que ela conseguiu realizar essa operação num momento, que apesar da melhora, ainda é de stress. O percentual renegociado é pequeno (cerca de 10%) quando comparada com os quase R$ 13 bilhões  que a companhia tem em dívidas, porém mostra que o mercado está disposto a melhorar a estrutura de capital da companhia devido as resultados apresentados nos últimos meses que demonstram que uma melhora na rentabilidade e um aumento de suas receitas.

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