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A MRV Engenharia registra queda de 39,1% do lucro líquido no primeiro trimestre

(Foto: Divulgação / MRV)

A MRV (MRVE3) divulgou o resultado do primeiro trimestre de 2020. Os números vieram em linha com as expectativas em termos de receita líquida, mas abaixo do esperado em termos de lucro líquido.

As principais surpresas negativas foram: provisão para devedores duvidosos (PDD) de R$ 10 milhões, queda na margem bruta e aumento das despesas operacionais (G&A) e outras despesas operacionais de R$ 31 milhões.

O resultado fraco era parcialmente esperado, pois a companhia já havia divulgado dados operacionais mais fracos, com consumo de caixa de R$ 182 milhões devido aos problemas de repasse em março.

Do lado positivo, a empresa, ainda durante sua prévia operacional, reportou o maior volume de vendas líquidas da história, um aumento de 27,9% em relação ao primeiro trimestre de 2019. Outro destaque também é o menor volume de distratos para um primeiro trimestre da companhia, com redução de 27,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O resultado de MRV veio fraco, já era em parte esperado devido ao consumo de caixa (divulgado anteriormente), mas o aumento das despesas operacionais e a PDD devem trazer impacto negativo no preço das ações (MRVE3) no curto prazo.

Na quinta-feira (28) as ações da companhia (MRVE3) já haviam antecipado esse resultado e caído 5,2%, em comparação com a queda de 1,1% no Ibovespa, o que deve limitar a queda das ações no pregão desta sexta-feira (29).

A receita líquida foi de R$ 1,5 bilhão no quarto trimestre, queda de 0,6% na comparação anual.

A margem bruta foi de 28,2% no trimestre, queda de 1,3 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre e 3,7 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2019.

O lucro líquido totalizou R$ 115 milhões no trimestre, queda de 23,9% em relação ao quarto trimestre de 2019.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) foi de 9,4% no trimestre (anualizado), comparado a 12,5% no mesmo trimestre de 2019. Uma combinação de margem bruta menor por um tempo e níveis mais altos de estoques devem continuar a pressionar o ROE da MRV no curto prazo.

O VGV dos lançamentos foi baixo devido ao adiamento de parte dos lançamentos previstos para o período por conta do fechamento dos seus pontos de venda, que ficaram inoperantes a partir de meados de março em decorrência das medidas de prevenção à Covid-19.

A MRV está buscando reduzir a dependência do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida que respondeu por 90% das vendas no primeiro trimestre de 2020. A empresa também informou que, diferentemente deste primeiro trimestre, não vê motivos para novos entraves para receber os aportes da União.

A MRV tem sólida posição de caixa de R$ 1,25 bilhão e baixo nível de endividamento, com relação dívida líquida/PL de 25,4% em mar/20.

O principal catalisador das ações da MRV será o comportamento do cancelamento de vendas bem como os seus repasses relacionado ao programa habitacional MCMV. Estes riscos afetam em especial a MRV devido a sua maior sensibilidade ao nível de renda e emprego da população.

Outro catalisador é o processo de internacionalização, com a aquisição da AHS Residential nos EUA. Esse foi o primeiro trimestre em que a MRV já incorporou os números da AHS no seu balanço e divulgou informações separadas da sua empresa no EUA.

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