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Após saída de Teich, Bolsa cai e fecha aos 77 mil pontos; dólar sobe e fica a R$ 5,83

(Foto: Shutterstock)

A saída de mais um ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro, no meio da pandemia do coronavírus, balançou o mercado brasileiro nesta sexta-feira, 15. Em resposta, o dólar, que dava sinais de alívio pela manhã, tornou a subir e fechou cotado a R$ 5,8390, uma alta de 0,34%. Já a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, perdeu o ritmo de alta e recuou 1,84%, encerrando aos 77.556,62 pontos.

Sem dar muitas explicações, Nelson Teich, agora ex-ministro da Saúde, deixou o governo antes mesmo de completar um mês no cargo. Na coletiva que concedeu para explicar os motivos da decisão, ele apenas elogiou o trabalho dos profissionais da saúde, reconheceu as responsabilidades do cargo e disse ainda que havia deixado ‘um plano’ para auxiliar a equipe da pasta. Nos bastidores, a informação é a de que as divergências com Bolsonaro sobre questões relacionadas ao isolamento e uso da cloroquina contra o coronavírus, desanimaram o médico.

A notícia ajudou a derrubar ainda mais o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, que já vinha tendo um pregão ruim. Pela manhã, a B3 já começou o dia com queda de 0,06%, aos 78.962,14 pontos, perdendo o patamar dos 79 mil pontos conquistados no pregão da quinta-feira, 14. No entanto, foi por volta das 12h, em sintonia com a exoneração de Teich, que a Bolsa registrou as maiores perdas da sessão e caiu na mínima do dia, aos 77.426,10 pontos.

Evitaram uma queda ainda maior do índice, por volta desse horário, o movimento de alta das ações da Petrobrás ON, com ganho de 2,43% e da Gol PN, que avançava a de 5,27%, após o BNDES comunicar que a companhia aérea aderiu ao plano de socorro do banco, junto com Azul e Latam.

Situação parecida também aconteceu com o dólar. Pela manhã, a moeda abriu com alta de 0,85%, cotada a R$ 5,8687, porém, ela deu sinais de alívio pouco tempo após a abertura das negociações e recuou 0,89%, para a mínima do dia de R$ 5,7677 – valor bem abaixo dos R$ 5,8193 do fechamento anterior. Contudo, já no começo da tarde o dólar tornou a subir e alcançou novamente o patamar dos R$ 5,80, oscilando entre a casa dos R$ 5,83 e R$ 5,84.

E com as idas e vindas do câmbio, o real é o que mais perde nos últimos 30 dias numa cesta de dez moedas emergentes. Desde o começo de 2020, o dólar já tem uma apreciação superior a 47% frente a moeda brasileira. Para se ter uma ideia, até abril, o dólar avançou apenas 29% no México, 17% na Turquia e 32% na África do Sul.

Cenário local
Além das idas e vindas no Ministério da Saúde, também pesou nessa sexta, a informação de que o desemprego aumentou em 12 Estados no primeiro trimestre de 2020. Nesse período, o País tinha cerca de 3,1 milhões de pessoas em busca de um emprego. De todos, São Paulo foi o Estado mais afetado, com 515 mil postos fechados nesse período. O resultado, no entanto, não pode ser associado ao coronavírus, já que a quarentena começou no mês de março.

Porém, já é um impacto do vírus, a queda de 5,90% na ‘prévia’ do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para março, na comparação com fevereiro. O número foi divulgado no Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central.

Ainda nesse cenário, a União já precisou desembolsar R$ 963,62 milhões para honrar dívidas garantidas de Estados e municípios em abril deste ano. Enquanto isso, o Tesouro Nacional já arcou com R$ 2,878 bilhões em garantias em 2020./KARLA SPOTORNO E MAIARA SANTIAGO

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