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Dólar atinge novo recorde nominal, cotado a R$ 5,97; Bolsa passa a ter leve alta

(Foto: Karen Bleier / AFP)

O dólar atingiu alta de 1,20% no mercado brasileiro, atingindo a cotação de R$ 5,9718, novo recorde nominal (quando não se desconta o valor da inflação) durante negociação ao longo de um dia. O câmbio é influenciado pela persistente cautela global, que volta a apoiar a valorização da moeda americana. Além disso, investidores prestam atenção no cenário político e fiscal brasileiro, marcado por expectativas ante o possível levantamento de sigilo do vídeo da reunião ministerial com o presidente, Jair Bolsonaro, em 22 de abril.

Na quarta-feira, 13, o dólar à vista encerrou com valorização de 0,55%, no recorde nominal de fechamento de R$ 5,9008, acumulando alta de 2,7% nos últimos três pregões. Desde o início do ano, a moeda acumula valorização de 47%. Às 13h50, a moeda era cotada a R$ 5,9213.

A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, atingiu queda de 2,66% nesta quinta-feira, 14. Na primeira hora após a abertura, o Ibovespa, principal índice da B3, permaneceu no patamar de 75 mil pontos. O movimento acompanha o decréscimo de bolsas em todo o mundo. Após as 14h, a Bolsa mudou o sinal e passou a apresentar leve alta de 0,29%, retomando os 77 mil pontos.

Influência internacional
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta que “é um ótimo momento para se ter um dólar forte”, agora que as taxas de juros estão baixas, embora o comércio tenda a ser prejudicado.

Em entrevista à Fox Business, Trump disse também esperar que a economia americana comece a se recuperar no terceiro trimestre, à medida que mais Estados do país reabram sua economia, após o período de bloqueios causado pela pandemia de coronavírus.

A demanda volta ser sustentada pelas sinalizações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Na quarta-feira, ele mencionou a possibilidade de uma crise de solvência nos EUA, como efeito da pandemia de coronavírus, e descartou a adoção de juros negativos no país.

Dólar
Cotação do dólar acumula alta de mais de 40% este ano. Foto: JF Diorio/ Estadão
Investidores também aguardam os pedidos semanais de auxílio-desemprego dos EUA. Eventual queda para realização de lucros pode ser pontual.

Cenário local
A defesa do ex-ministro Sérgio Moro pediu a divulgação integral do vídeo, ou ao menos que “sejam publicadas todas as falas do presidente durante tal reunião”. O pedido foi enviado na quarta ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, relator do inquérito sobre suposta tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.

Em relação ao cenário fiscal, deputados e senadores aprovaram em sessão do Congresso, na quarta à noite, projeto que autoriza a recomposição salarial das polícias do Distrito Federal. Com custo estimado de R$ 505 milhões por ano, a proposta prevê a possibilidade de reajuste para carreiras custeadas pelo Fundo Constitucional do DF. O texto também contempla pagamentos retroativos a janeiro de 2020 e vai na contramão do congelamento de salários de servidores defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e previsto no projeto de auxílio emergencial a Estados e municípios.

Fica no radar ainda eventual desdobramento dos exames de covid-19 apresentados pelo presidente Jair Bolsonaro ao STF. Um dos três exames de covid-19 apresentados por Bolsonaro não possui CPF, RG, data de nascimento nem qualquer outra informação que vincule o laudo médico ao chefe do Executivo ou a qualquer outra pessoa. No papel da Fiocruz, atribuído pela Advocacia-Geral da União (AGU) a Bolsonaro, aparece apenas uma identificação de nome: “Paciente 05”. O mesmo não ocorre nos outros dois laudos, feitos pelo laboratório Sabin. / SERGIO CALDAS, SILVANA ROCHA e LUÍSA LAVAL

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