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Tensão comercial internacional concentra as atenções dos investidores

(Fonte: AFP/Arquivo)

No domingo (3), o presidente americano Donald Trump acusou o governo chinês de ter cometido um “erro horrível” ao combater o coronavírus. Trump foi além, e acusou as autoridades em Pequim de terem acobertado a expansão da pandemia. E, para piorar, o presidente americano mencionou relatórios de membros de seu governo, de que o coronavírus poderia ter sido criado pelos chineses.

As declarações seguem-se a diversos movimentos do governo americano durante os últimos dias que podem fragilizar ainda mais as relações entre Estados Unidos e China, as duas maiores superpotências. Além de emitir uma ordem executiva proibindo fundos de pensão do governo americano de investir na China, Trump anunciou na sexta-feira (01/mai) que vai proibir o uso de equipamentos chineses no sistema americano de distribuição de energia.

Todos esses movimentos provocaram um movimento de queda nos mercados. As bolsas caíram na Ásia. Em Hong Kong, o índice Hang Seng recuou 4,2%. Em Seul, o índice Kospi caiu 2,7%. E em Tóquio o Nikkei fechou em queda de 2,8%. Na Europa, onde os mercados ainda estão abertos, o movimento também é de baixa. O índice alemão Dax estava recuando mais de 3% no início da manhã.

Nesse cenário, aumenta a especulação sobre o resultado da reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom, marcada para os dias 5 e 6 de maio. Atualmente em 3,75% ao ano, a taxa Selic vai cair daqui a dois dias. A questão é se o Copom será conservador e vai reduzir os juros em apenas 0,5 ponto percentual, para 3,25% ao ano, ou se será mais agressivo e cortará a taxa em 0,75 ponto percentual, baixando a Selic para 3% ao ano. Mesmo que opte pela política mais agressiva, o Copom não deverá parar por aí. A edição mais recente do Boletim Focus, divulgada na manhã desta segunda-feira (4/mai) mostra uma Selic esperada abaixo de 3 por cento em dezembro deste ano.

PIB e inflação

A edição mais recente do Boletim Focus do Banco Central (BC) mostra que as expectativas voltaram a recuar tanto para a inflação quanto para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). O prognóstico para o PIB piorou e agora é de uma retração (recessão) de 3,76% neste ano, ante os 3,34% da semana anterior. No entanto, a projeção para o PIB de 2021 subiu para um crescimento de 3,20%, ante o crescimento previsto de 3 por cento na semana passada.

As projeções para a inflação também caíram. A pesquisa mais ampla agora indica uma expectativa de inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 1,97% neste ano, abaixo dos 2,20% previstos na semana passada. A pesquisa com as instituições Top 5 de Médio prazo indica uma queda para 1,36% na projeção, ante 1,56% na semana passada.

A expectativa para a taxa de câmbio subiu para R$ 5, ante os R$ 4,80 da semana passada, e a projeção para a taxa de juros referencial Selic em dezembro caiu para 2,75 por cento, ante 3% no levantamento anterior.

Indicadores

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da última semana de abriu mostrou uma deflação de 0,18%, ficando 0,25 ponto percentual abaixo da taxa registrada na última divulgação. Com este resultado, o indicador acumula alta de 0,74% no ano e 2,60% nos últimos 12 meses.

Seis das oito classes de despesa que formam o índice mostraram deflação. A maior queda veio do Transportes. Os preços caíram 2,02%, após terem caído 1,57% na semana anterior. Os preços da gasolina recuaram 6,76%, depois de terem recuado 5,29% na semana anterior.

A retomada da tensão comercial está provocando um movimento de queda na abertura dos pregões. Os contratos futuros de S&P 500 recuam cerca de 1%, e os contratos futuros de Ibovespa iniciam o dia com baixa superior a 3%. No entanto, devido à forte volatilidade dos pregões, não se descarta uma alteração desse cenário.

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