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Rumores sobre saída de Moro impactam mercado 

(Foto: B3/Divulgação)

A quinta-feira (23) foi um dia tenso no mercado, em que o dólar subiu 2,2% para um recorde de R$ 5,52 e o Ibovespa recuou 1,2% após ter aberto em alta. Os motivos são bem conhecidos. Rumores não confirmados de que Sérgio Moro, ministro da Justiça, poderia pedir demissão. O movimento era a eventual exoneração de Maurício Valeixo da direção da Polícia Federal, fato que foi confirmado pelo Diário Oficial da União na manhã desta sexta-feira (24). Moro deverá conceder uma entrevista coletiva às 11 horas desta manhã, o que contribuiu para que a abertura dos negócios seja marcada por incerteza e expectativa.

Ministro mais popular do governo de Jair Bolsonaro, Moro ganhou notoriedade com os processos da Lava Jato, que levaram empresários e políticos ao cárcere, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao assumir o Ministério, Moro disse que pretendia ampliar sua atuação como juiz, aprofundando e melhorando a legislação contra o crime e contra a corrupção. No entanto, sua atuação vem ficando aquém das expectativas. E a decisão de Bolsonaro de exonerar Valeixo pode tirar Moro do governo.

Sua saída é vista como um enfraquecimento do governo, o que pode gerar dificuldades na condução da política econômica e na aprovação das reformas. Isso é visto como negativo pelo mercado.

Sondagem industrial

A prévia da Sondagem da Indústria de abril de 2020 indica recuo de 39,5 pontos do Índice de Confiança da Indústria (ICI) em relação ao número final de março, para 58,0 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na manhã desta sexta-feira. Caso esse resultado se confirme, essa será a maior queda mensal, com o índice alcançando o menor valor da série histórica.

Segundo a FGV, a queda da confiança em abril é resultado da forte deterioração da percepção dos empresários em relação à situação atual, e do pessimismo em relação aos próximos três e seis meses. O Índice de Expectativas caiu 47,3 pontos, para 48,9 pontos, e o Índice de Situação Atual recuou 31,0 pontos, para 67,8 pontos. O resultado preliminar de abril indica diminuição de 17,8 pontos percentuais do Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (Nuci), para 57,5 por cento, o menor valor da série histórica.

A FGV divulgou também a expectativa de inflação dos consumidores brasileiros para os próximos 12 meses. O prognóstico subiu 0,3 ponto percentual em abril, para 5,1 por cento, o maior valor desde os 5,3 por cento registrados em julho de 2019. Houve redução de 0,2 ponto percentual em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Internacional

O mercado internacional está abrindo em leve alta, com os contratos futuros de S&P 500 avançando cerca de meio por cento. As ações se animaram um pouco com a perspectiva de mais auxílio governamental americano à economia. Steve Mnuchin, secretário do Tesouro, disse que o governo está planejando criar um mecanismo de empréstimos especificamente para a indústria de petróleo e gás, a fim de ajudá-la na atual extraordinária volatilidade. Nesta sexta-feira, o presidente Donald Trump deve ratificar o pacote de US$ 484 milhões de ajuda às pequenas empresas aprovado pela Câmara nesta semana.

As encomendas de bens duráveis caíram 14,4 por cento em março. Na véspera, o mercado se decepcionou com a notícia de que o medicamento remdesivir, produzido pela farmacêutica Gilead Sciences, não será a esperada solução para o covid-19. Em um comunicado, a Gilead classificou os resultados como “inconclusivos”.

O último pregão da semana será marcado pela agenda política, com menos interferência dos mercados internacionais. O dia será de queda para Bolsa e alta para o Dólar que está sendo negociado a R$ 5,60 na abertura.

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